Foi divulgado no dia Mundial Sem Tabaco (31 de maio), um novo estudo que mostra o verdadeiro impacto provocado pelas leis que instituíram ambientes totalmente livres da fumaça do tabaco na redução da mortalidade infantil no país—15.068 óbitos de crianças com menos de 1 ano de idade entre 2000 e 2016—os resultados foram publicados pelo Ministério da Saúde e pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA).
Cerca 880 mil mortes por ano são provocados pelo tabagismo passivo, e aproximadamente 54 mil são crianças de até 4 anos de idade. Além disso, a condição de fumante passivo está associada ao desenvolvimento de várias enfermidades, tais como asma, pneumonia, otites (aguda e crônica) e bronquite, bem como a chamada Síndrome de Morte Súbita na Infância.
O estudo “Legislação de Ambientes Livres de Fumaça de Tabaco e Mortalidade Infantil” evidenciou que essa queda na taxa de mortalidade infantil foi mais expressiva nas UF’s (Unidades da federação) que foram mais rígidas na efetividade dessas leis em relação ao hábito.
Entre 2000 e 2012, os estados brasileiros estabeleceram o vigor dessas leis em diferentes níveis de coibição do fumo em zonas públicas. Entretanto, a lei federal proibindo inteiramente fumar em locais fechados de domínio público só foi ratificada em 2014.
De 2000 a 2016, a curva da mortalidade infantil se manteve em constante declínio em todas as UF’s, em decorrência de várias razões. Entretanto, as projeções apontam que se nesse período se todos os estados brasileiros, desde o início, houvessem empregado as medida de proibição total do fumo em áreas públicas—poderia ter se evitado outras 10.091 mortes de crianças com menos de 1 ano de idade, nesse mesmo período.
“Nosso estudo reforça o entendimento de que as crianças têm o direito de serem defendidas por ações efetivas de controle do tabaco. Esse é mais um motivo para os governos superarem as interferências da indústria do tabaco e avançarem na implementação de medidas essenciais, que salvam vidas”—André Szklo, pesquisador do INCA e também autor do estudo.
Não obstante, a proibição acentuou em 5,2% a queda nos indíces de mortalidade infantil, a pesquisa observou uma redução maior em municípios com pior nível educacional e muito pobres.
Visto que a lei não restringe os pais de fumarem próximos as crianças, é necessário ficar alerta com as consequências da fumaça no ambiente familiar.
“A principal mensagem de saúde pública desse estudo é para os fumantes que residem com bebês e crianças: ao fumar em casa, você não só prejudica a sua própria saúde, como também coloca em risco as pessoas que moram com você, principalmente os pequenos”—Ana Cristina Pinho, diretora-geral do INCA.
Fonte: Galileu