De acordo com um estudo publicado pela Universidade Federal de Minas Gerais em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), estima-se que 22.000 mortes por ano no Brasil sejam causadas por reações adversas a medicamentos (RAMs), incluindo o uso errado de medicamentos. Esse número representa cerca de 5% do total de mortes por ano no país.
É importante ressaltar que esse número pode ser subestimado, já que nem todos os casos de RAMs são relatados e registrados de maneira adequada, e muitos casos podem ser erroneamente diagnosticados como mortes naturais ou decorrentes de outras causas. Portanto, é crucial que haja uma melhoria na vigilância e no monitoramento das RAMs no país, a fim de prevenir mortes evitáveis e garantir a segurança do uso de medicamentos pelos pacientes.
As receitas eletrônicas vêm ganhando espaço no Brasil nos últimos anos, especialmente devido à pandemia de COVID-19, que aumentou a demanda por serviços de saúde remotos e reduziu a necessidade de contato físico entre pacientes e profissionais de saúde.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou a prescrição médica por meio eletrônico em 2002, porém, somente em 2018 foi publicada a Resolução CFM nº 2.227, que regulamenta o uso de tecnologias de informação e comunicação na prática médica. Essa resolução permite o uso de sistemas informatizados para emissão de receitas médicas, desde que atendam a determinados requisitos de segurança e integridade das informações.
Além disso, em abril de 2020, o Ministério da Saúde lançou a plataforma Receita Digital, que permite a emissão de receitas e atestados médicos online, com validade em todo o território nacional. A plataforma foi criada para ajudar a reduzir a exposição de pacientes e profissionais de saúde ao vírus da COVID-19, mas deve continuar sendo usada mesmo após o fim da pandemia.
Segundo dados do CFM, em 2020, o número de receitas médicas eletrônicas emitidas no Brasil cresceu cerca de 1.000%, passando de 3,5 milhões em 2019 para 37,5 milhões em 2020. Ainda assim, as receitas em papel continuam sendo amplamente utilizadas, especialmente em regiões com menor infraestrutura tecnológica e em casos de prescrições controladas.
No geral, a adoção de receitas eletrônicas no Brasil ainda é relativamente baixa em comparação com outros países desenvolvidos, mas espera-se que continue aumentando à medida que a tecnologia se torna mais acessível e as regulamentações se tornam mais abrangentes e claras
Existem diversas estratégias que podem ser implementadas para diminuir as mortes por medicações erradas, erros de prescrição e dispensação. Algumas delas incluem:
1-Educação e treinamento: é fundamental que os profissionais de saúde, incluindo médicos, farmacêuticos e enfermeiros, sejam adequadamente educados e treinados em relação ao uso correto de medicamentos, incluindo a prescrição, dispensação e administração.
2 – Sistemas de alerta: sistemas eletrônicos de prescrição e dispensação podem ser programados para alertar os profissionais de saúde sobre possíveis interações medicamentosas, doses excessivas ou inadequadas, e outras situações que possam representar riscos aos pacientes.
3- Revisão de medicamentos: é importante que os medicamentos prescritos e dispensados sejam periodicamente revisados, a fim de garantir que o tratamento ainda seja apropriado e que não ocorram interações medicamentosas.
4- Comunicação eficaz: é fundamental que os profissionais de saúde se comuniquem de maneira clara e eficaz entre si, e com os pacientes, para garantir que as informações sobre medicamentos e tratamentos sejam compreendidas corretamente.
5- Monitoramento e notificação: é importante que os sistemas de saúde monitorem e notifiquem as reações adversas a medicamentos, a fim de identificar possíveis problemas com medicamentos específicos e tomar medidas para minimizar os riscos aos pacientes.
6- Participação do paciente: os pacientes também devem ser incentivados a participar ativamente de seu tratamento, questionando os profissionais de saúde sobre o uso correto de medicamentos e relatando quaisquer sintomas ou reações adversas que possam ocorrer durante o tratamento.
7- Em resumo, a prevenção de mortes por medicações erradas e erros de prescrição e dispensação requer uma abordagem multifacetada, que inclui a educação, treinamento e comunicação eficaz entre os profissionais de saúde, bem como a participação ativa dos pacientes e o uso de sistemas de alerta e monitoramento
As receitas eletrônicas vêm ganhando espaço no Brasil nos últimos anos, especialmente devido à pandemia de COVID-19, que aumentou a demanda por serviços de saúde remotos e reduziu a necessidade de contato físico entre pacientes e profissionais de saúde.
O Conselho Federal de Medicina (CFM) autorizou a prescrição médica por meio eletrônico em 2002, porém, somente em 2018 foi publicada a Resolução CFM nº 2.227, que regulamenta o uso de tecnologias de informação e comunicação na prática médica. Essa resolução permite o uso de sistemas informatizados para emissão de receitas médicas, desde que atendam a determinados requisitos de segurança e integridade das informações.
Além disso, em abril de 2020, o Ministério da Saúde lançou a plataforma Receita Digital, que permite a emissão de receitas e atestados médicos online, com validade em todo o território nacional. A plataforma foi criada para ajudar a reduzir a exposição de pacientes e profissionais de saúde ao vírus da COVID-19, mas deve continuar sendo usada mesmo após o fim da pandemia.
Segundo dados do CFM, em 2020, o número de receitas médicas eletrônicas emitidas no Brasil cresceu cerca de 1.000%, passando de 3,5 milhões em 2019 para 37,5 milhões em 2020. Ainda assim, as receitas em papel continuam sendo amplamente utilizadas, especialmente em regiões com menor infraestrutura tecnológica e em casos de prescrições controladas.
No geral, a adoção de receitas eletrônicas no Brasil ainda é relativamente baixa em comparação com outros países desenvolvidos, mas espera-se que continue aumentando à medida que a tecnologia se torna mais acessível e as regulamentações se tornam mais abrangentes e claras.
Embora possam parecer áreas bastante distintas, os acidentes de aviões e os erros na prescrição e dispensação de medicamentos apresentam algumas semelhanças que podem ser destacadas em um paralelo.
Em ambos os casos, os erros podem ser causados por falhas em processos e procedimentos, como a falta de comunicação entre as partes envolvidas, a ausência de protocolos claros e a falta de supervisão adequada. No caso dos acidentes aéreos, por exemplo, muitas vezes são identificados problemas na comunicação entre a equipe de pilotos e o controle de tráfego aéreo, ou falhas em manutenção e treinamento.
Da mesma forma, na prescrição e dispensação de medicamentos, os erros podem ocorrer devido à falta de comunicação adequada entre os profissionais de saúde, ou devido a problemas em processos como a identificação correta do paciente, a dosagem e o uso de medicamentos contraindicados.
Em ambos os casos, os erros podem ter consequências graves e até mesmo fatais. Em acidentes aéreos, as falhas podem levar à perda de vidas e a danos materiais significativos. Já nos erros na prescrição e dispensação de medicamentos, os pacientes podem sofrer reações adversas, danos à saúde ou até mesmo a morte.
Outro aspecto que pode ser destacado em um paralelo entre essas áreas é a importância de uma cultura de segurança. Tanto na aviação quanto na saúde, é fundamental que os profissionais envolvidos estejam comprometidos com a segurança e com a prevenção de erros. Isso inclui o estabelecimento de protocolos claros, a realização de treinamentos regulares e a promoção de uma cultura de comunicação aberta e honesta, na qual os erros possam ser identificados e corrigidos antes que causem danos.
Em resumo, embora possam parecer áreas distintas, os acidentes de aviões e os erros na prescrição e dispensação de medicamentos apresentam algumas semelhanças em termos de causas, consequências e necessidade de uma cultura de segurança. A compreensão dessas semelhanças pode contribuir para o desenvolvimento de estratégias eficazes de prevenção de erros na saúde.
Então fica claro que erros como o que aconteceu recentemente do caso em que foi dispensado o colírio “tartarato de brimonidina no lugar do antiemético bromoprida se deve multifatores e não deve ser tratado apenas como um erro pessoal.
A falta de treinamento, atenção e até perícia do profissional dispensador muito provavelmente está presente na maioria deste tipo de casos, mas o que não está tão óbvio?
A cultura antiquada de prescrição escrita onde a letra do médico pode e muitas vezes se torna um fator agravante na situação, não pode ser descartada, pois é um fator que pode se somar a outros como excesso de trabalho, falta de tratamento e outros.
O julgamento cabe aos órgãos competentes, mas ações para implementar protocolos que diminuam estes erros e consequentes mortes cabem a todos os profissionais de saúde envolvidos nestes processos.
Com certeza a tecnologia é a saída óbvia e com mais certeza ainda a cultura ou costume de receitas dependentes da letra e do humor do prescrito e também da interpretação do dispensador deve ser combatida em todos os estabelecimentos de saúde.
Autor: Alex Eleutério dos Santos