O surto de COVID – 19, a doença causada pelo SARS – CoV-2, colocou os sistemas de saúde e a economia sob enorme pressão em todo o mundo. No final de 2020, o novo coronavírus infectou mais de 82 milhões de casos confirmados e matou mais de 1,8 milhão de pessoas em todo o mundo.
Desde o início da pandemia, o consumo global de máscaras descartáveis disparou devido às evidências de seu papel na prevenção da propagação da infecção. No entanto, como esses produtos são feitos de tecidos não tecidos (TNT) plásticos, seu descarte inadequado pode ser uma fonte potencial de microplásticos liberados no meio ambiente.
Compreender a quantidade e o tipo de microplásticos liberados de máscaras faciais descartáveis ajudará a informar as políticas sobre seu uso e descarte – ajudando a proteger o meio ambiente dos efeitos potencialmente prejudiciais desses poluentes microscópicos.
Teste de máscaras descartáveis
Em um novo estudo, publicado na Environmental Pollution, os pesquisadores avaliam a capacidade de máscaras faciais descartáveis novas e usadas de liberar microplásticos na água.
A equipe testou 18 marcas diferentes de máscaras descartáveis, incluindo máscaras cirúrgicas, DFMs normais e máscaras respiratórias – e produtos novos e usados. Após agitar cada máscara em água deionizada por 24 horas, eles filtraram a água através de uma membrana de celulose, a qual secaram e examinaram no microscópio. Eles quantificaram as partículas com base em sua forma, cor e tamanho – e identificaram os tipos de polímeros (em espécimes típicos-retirar) usando espectroscopia Raman.
Os pesquisadores usaram água ultrapura gerada por um sistema de purificação de água ELGA PURELAB® para evitar a introdução de contaminantes durante o processo experimental.
O uso promove a liberação de microplásticos
Para todos os tipos de máscaras faciais descartáveis, a capacidade de liberação de microplásticos foi de 183,00 ± 78,42 por peça para as novas máscaras – aumentando para 1246,62 ± 403,50 por peça para as máscaras usadas. Isso representa um aumento de 6,0 para 8,1 vezes o número de microplásticos liberados de máscaras usadas em comparação com as novas.
O tipo de microplástico mais abundante foram as fibras transparentes de polipropileno de tamanho médio (100–500 µm) originadas dos tecidos não tecidos (TNT).
Esses resultados sugerem que, sem o descarte eficaz, as máscaras descartáveis usadas podem ser uma fonte crítica de poluição de microplásticos no meio ambiente. Isso não se deve apenas ao grande número de fibras transportadas pelas máscaras, mas também ao processo de utilização, que favorece ainda mais a produção e a liberação dos microplásticos.
Melhores estratégias de descarte são essenciais
Este estudo destaca a necessidade de introdução de políticas aprimoradas para garantir o descarte eficaz de máscaras faciais – principalmente porque se prevê que o aumento do consumo desses produtos continue nos próximos anos.
As medidas potenciais podem incluir educar e informar o público sobre como usar e descartar máscaras faciais descartáveis de forma adequada e fornecer opções de descarte centralizado. Essas etapas podem ajudar a reduzir o legado da poluição de microplásticos no meio ambiente pela pandemia COVID-19.
Fonte: NEWSLAB