A pesquisa é realizada pela UFC em conjunto com a Unilab, contando ainda com a parceria da Universidad Autónoma de Guerrero (UAGRO) do México. Além dos dois farmacêuticos brasileiros, a iniciativa ainda tem a participação de mais quatro cientistas mexicanos.
O ponto inicial da ideia dos cientistas envolvidos no desenvolvimento do fármaco é produzir uma nanopartícula revestida com anticorpos capazes de reconhecer as células cancerígenas e, sendo assim, criar um medicamento mais potente e capaz de não causar danos aos tecidos saudáveis, reduzindo, então, os efeitos colaterais no tratamento dos pacientes.
O desenvolvimento do nanomedicamento, intitulado imunolipossoma, apresenta uma combinação de substâncias como cisplatina, oxima esteroidal e siRNA. Segundo Josimar, a siRNA tem sido usada em opções novas de terapias de câncer por conseguir diminuir a propagação da doença. Ao administrá-la, a ideia é conseguir, justamente, reduzir as reações colaterais do tratamento, tornando assim o procedimento mais seguro.
“O medicamento funciona como se fosse uma bala mágica. Nós damos um tiro certeiro no alvo, matando as células de câncer, sem agredir as células saudáveis”, explica o farmacêutico, em matéria publicada no G1.
Dessa maneira, esse mecanismo poderá possibilitar que o medicamento direcione o seu efeito tóxico especificamente para as áreas necessárias, por meio da separação de células doentes das saudáveis, que serão poupadas.
Próximos passos
Segundo Josimar, o estudo teve início em outubro deste ano, após o projeto ser aprovado em 30º lugar em um edital mexicano de financiamento no final de setembro 2020. Caso os resultados das análises iniciais se mostrem positivos, a iniciativa deverá avançar para um estágio de estudos clínicos.
“Então, finalmente nós poderíamos ter o medicamento eficaz para beneficiar mulheres que lutam contra esse câncer”, declara o farmacêutico. Ele completa: “Quem sabe a gente poderia colaborar de alguma forma para salvar vidas ou melhorar a qualidade de vida dessas mulheres”, pondera.
Entre alguns pesquisadores mexicanos que participaram do estudo estão: Jorge Nava, Yazmín Gomez e Berenice Illades. Além da participação da UFC, o estudo será apoiado pelo Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia do México (CONACYT).
Fonte: ICTQ