De acordo a Sociedade Brasileira de Reumatologia (SBR), a artrite reumatoideatinge cerca de 2 milhões de pessoas no Brasil. E, entre todo esse pessoal, não é incomum que a depressão acabe dando as caras. Só que a tristeza profunda, além de consequência, pode ser um gatilho para essa doença autoimune que atinge as articulações.
Em um estudo da Universidade de Calgary, no Canadá, pesquisadores analisaram dados de 403 932 indivíduos com depressão e de 5 339 399 sem a enfermidade, que passaram pelo sistema de saúde do Reino Unido entre 1986 e 2012. Eles concluíram, então, que 0,54% dos pacientes depressivos (2 192) desenvolveram artrite reumatoide ao longo desse tempo. Por outro lado, 0,45% do grupo sem o transtorno psiquiátrico (24 021) manifestou o problema nas juntas.
Dito de outra de forma, a depressão aumentou em 38% a probabilidade de a artrite reumatoide aparecer. Mas veja só: o uso de antidepressivos minimizou esse risco, sugerindo que, de fato, há uma relação de causa e efeito.
Por que a depressão pode se tornar um gatilho
Esse quadro psiquiátrico gera várias alterações no organismo. Uma é aumentar a concentração de uma substância inflamatória batizada de fator de necrose tumoral alfa, que desempenha um importante papel no desenvolvimento da artrite reumatoide.
De acordo com Licia Maria Henrique da Mota, reumatologista do Hospital Universitário de Brasília (HUB), é comum observar o início de doenças autoimunes como essa após um período de estresse causado, por exemplo, por grandes perdas, mortes na família ou mudanças de status econômico. “O surgimento da artrite reumatoide pode ser provocado por fatores ambientais, genéticos, hormonais e também emocionais”, enumera.
Fonte:saude.abril