Resumo: nas últimas semanas o Brasil registrou um surto de intoxicações por metanol ligado ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Estados notificaram dezenas de casos — a maioria em São Paulo — e o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação para coordenar a resposta. O episódio reacende alertas sobre comércio irregular de destilados e exige ação rápida de serviços de saúde e fiscalização. Serviços e Informações do Brasil+1
O que aconteceu e onde
Os primeiros sinais surgiram em São Paulo no final de setembro de 2025, quando hospitais e vigilâncias começaram a receber pacientes com quadro de intoxicação alcoólica atípico (dor abdominal, visão alterada, confusão mental). Com a intensificação das notificações, o Ministério da Saúde determinou notificação imediata dos casos e montou uma sala de monitoramento nacional. Até os relatórios mais recentes há dezenas de notificações em investigação: relatórios federais e estaduais variam conforme atualização, mas já foram contabilizados entre 40 e 60 notificações em todo o país, com a maioria em São Paulo e casos também em investigação em Pernambuco e no Distrito Federal. Há óbitos confirmados e outros sob apuração. Agência Brasil+2Agência Brasil+2
O que é o metanol e por que é perigoso
O metanol (álcool metílico) é diferente do etanol (álcool de consumo). É usado na indústria como solvente e combustível e é altamente tóxico para humanos: seu metabolismo produz formaldeído e ácido fórmico, que podem causar lesão ao sistema nervoso central, cegueira e morte. Sintomas costumam aparecer entre 12 a 24 horas após ingestão e incluem náusea, dor abdominal, cefaleia, alteração visual (visão turva ou “manchas”), tontura, sonolência e, em casos graves, coma. O tratamento deve ser imediato. Serviços e Informações do Brasil+1
Como o metanol aparece em bebidas
Em surtos como este, o metanol costuma ser adicionado intencionalmente por falsificadores para “aumentar” volume ou substituir destilados mais caros — ou pode ocorrer por contaminação na produção artesanal quando processos de destilação são inadequados. As bebidas adulteradas muitas vezes são vendidas sem notas fiscais, em garrafas reengarrafadas ou embalagens sem procedência. Investigações policiais e sanitárias buscam rastrear fornecedores e pontos de venda irregulares. pt.wikipedia.org+1
O que o governo e as autoridades de saúde estão fazendo
- Sala de Situação nacional: o Ministério da Saúde reúne órgãos federais, estaduais e municipais para centralizar vigilância, investigação epidemiológica e atendimento clínico. Cofen
- Notificação imediata: profissionais de saúde foram orientados a notificar casos suspeitos ao CIEVS sem aguardar confirmação laboratorial, para agilizar rastreio e resposta. Serviços e Informações do Brasil
- Suprimentos e tratamento: o Ministério organizou estoques de etanol farmacêutico em hospitais universitários e solicita à OPAS/fornecedores internacionais a compra emergencial de fomepizol (antídoto específico, pouco disponível no país). Enquanto isso, o etanol farmacêutico (não o etanol de bebida) é utilizado como antagonista competitivo em ambientes hospitalares quando indicado. Cofen+1
- Fiscalização: secretarias de saúde e vigilância sanitária estaduais têm interditado estabelecimentos e recolhido amostras para perícia. A Anvisa e órgãos de segurança pública participam das investigações. Agência SP+1
Orientações para a população
- Não consumir bebidas de procedência duvidosa — evite destilados vendidos sem nota ou em embalagens improvisadas.
- Se houver sintomas após ingestão de bebida alcoólica (visão turva, náusea, dor abdominal, confusão), procure emergência imediatamente e informe sobre consumo recente de bebidas não identificadas. Não espere melhorar sozinho. Serviços e Informações do Brasil
- Não confiar em “remédios caseiros”; automedicação pode atrasar tratamento correto.
- Comercialização: comércios formais e consumidores devem preferir produtos com nota fiscal e procedência comprovada. Denuncie venda irregular à vigilância sanitária local ou pela Anvisa. Serviços e Informações do Brasil
O que profissionais de saúde devem saber
- Procurar sinais clássicos (alteração visual, acidose metabólica, anion gap elevado) e solicitar gasometria e exames laboratoriais indicados quando houver suspeita.
- Iniciar medidas de suporte e antidotagem conforme protocolos: fomepizol é o antídoto ideal; se indisponível, administração controlada de etanol farmacêutico pode ser usada sob supervisão. Comunicação imediata com centros de toxicologia (CIATox) e notificação ao CIEVS são essenciais. Serviços e Informações do Brasil+1
O que ainda se investiga
Autoridades trabalham para identificar redes de produção e distribuição dos lotes adulterados, quantificar o alcance real do surto (há diferença entre casos notificados e confirmados) e avaliar necessidade de medidas adicionais — como campanhas públicas, recolhimento de lotes suspeitos e prisões dos responsáveis pela adulteração. Investigações laboratoriais forenses sobre as amostras recolhidas devem indicar concentração de metanol, possíveis adulterantes e origem técnica da contaminação. pt.wikipedia.org+1
Conclusão
O surto mostra como a venda e o consumo de bebidas alcoólicas fora dos canais formais representam risco grave à saúde pública. A resposta combinada — vigilância, atenção clínica rápida, abastecimento de antídotos e investigação policial/sanitária — é essencial para reduzir mortes e impedir novos casos. A população deve manter cautela e priorizar produtos de procedência comprovada. Cofen+1
Fontes principais
Ministério da Saúde; Agência Brasil; Secretaria de Saúde de SP; COFEN; reportagens da CNN Brasil e compilações jornalísticas. (Citações específicas ao longo do texto.) Agência Brasil+4Serviços e Informações do Brasil+4Agência Brasil+4
