Hospital brasileiro cria plataforma para auxiliar médicos no diagnóstico da Covid-19

O Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InRad/ HCFMUSP) desenvolveu a plataforma RadVid-19, que ajuda os médicos a anteciparem os seus diagnósticos e a selecionar os casos graves de Covid-19 que necessitem de internação ou UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

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O programa foi viabilizado graças ao edital publicado pela iniciativa IdeiaGov, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado de São Paulo, que visa utilizar soluções de inteligência artificial para auxiliar os radiologistas brasileiros no combate ao novo coronavírus.

Esse projeto é uma parceria com 16 entidades, incluindo o Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem (CBR) e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).

Plataforma gratuita

Trata-se de uma plataforma de acesso gratuito para hospitais de qualquer porte, da rede pública ou particular, que permite saber, numa escala de 0 a 100, a probabilidade de um paciente ter sido infectado pela Covid-19, através de códigos que avaliam imagens de uma tomografia de pulmão e identificam padrões de comprometimento pulmonar causados pelo novo coronavírus.

Dessa forma, o banco de imagens ajuda o médico na avaliação diagnóstica, permitindo tomadas de decisão mais rápidas e precisas.

Segundo os pesquisadores, a plataforma de inteligência artificial analisa as imagens das tomografias coletadas e gera um relatório, que é acessado pelo radiologista. Desta forma, a decisão clínica dos médicos responsáveis pode ser mais ágil e assertiva.

Leitura das tomografias

As tomografias realizadas em doentes da Covid-19 com alterações pulmonares apresentam um padrão característico de “vidro fosco”, com condensações periféricas no pulmão (como se fossem borrões) com aparência não transparente.

Esses borrões indicam uma reação inflamatória dos alvéolos, que são as menores unidades do aparelho respiratório nas quais ocorrem as trocas gasosas entre o ar e o sangue.

De acordo com os criadores da plataforma, se a tomografia der positiva, a chance de erro é mínima.

“A única alternativa é que não seria uma pneumonia viral pelo novo coronavírus, mas uma pneumonia com uma outra origem. Essa possibilidade, neste momento, é praticamente zero. Se for positiva tem que ser considerado um paciente de Covid-19”, explica o professor Giovanni Guido Cerri, presidente do InRad e do Conselho de Inovação do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que comanda a iniciativa, em entrevista ao Jornal Nexo

Como ter acesso

O banco já conta com mais de mil imagens de tórax de doentes da Covid-19 no Brasil. O objetivo é reunir até quatro mil imagens. Para obter um diagnóstico, radiologistas fornecem ao sistema o caso a ser analisado e recebem de volta um relatório dizendo se é positivo ou não para o vírus, com a ajuda de inteligência artificial.

Para ter acesso à ferramenta, basta que os hospitais cadastrem os seus médicos e radiologistas do corpo clínico no site da plataforma. A partir daí, uma equipe do Instituto de Radiologia do HCFMUSP entrará em contato e auxiliará na realização do cadastro e das configurações iniciais.

Fonte: PebMed|Autora: Úrsula Neves.

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