Segundo o Hospital Israelita Albert Einstein, a precisão do novo teste é equivalente ao do método RT-PCR, mas com a vantagem de realizar simultaneamente até 1536 amostras, com um volume de processamento 16 vezes maior.
A expectativa é chegar a 24 mil testes por semana, somente dentro do hospital. Mas o objetivo é ampliar a capacidade de exames, comercializando a tecnologia para os estados e o Governo Federal, o que poderia abrir caminho para a testagem em massa no Brasil.
Protegida intelectualmente através do Sistema Internacional de Patentes nos Estados Unidos, a tecnologia já está disponível no país e consegue identificar a presença do novo coronavírus desde o primeiro dia de infecção.
A previsão é que o exame custe metade do preço cobrado atualmente, que é de R$ 250.
Sequenciamento de nova geração
Baseado na tecnologia de sequenciamento de nova geração, o novo exame consiste na leitura de pequenos fragmentos de DNA para a identificação de enfermidades ou mutações genéticas. A grande inovação neste caso foi a adaptação do método para detectar o RNA do novo coronavírus.
A coleta para detecção do vírus é realizada com uma amostra da região nasal ou saliva, colhida com um swab. Posteriormente, essa amostra é preparada seguindo os protocolos específicos desenvolvidos pelo Einstein.
A análise dos resultados é realizada através da plataforma Varstation, criada pelo Departamento de Inovação do hospital e comercializada para outras empresas, que funciona como uma espécie de banco das diversas mutações do vírus.
O resultado fica pronto em até três dias, mas os profissionais da área de Inovação e Ciência de Dados do hospital já estão trabalhando para reduzir este prazo.
Confira o passo a passo do novo teste genético
1.Coleta da amostra
Ela é feita através de swabs em contato com a região nasal ou saliva, como no RT-PCR;
2.Extração do material genético
O processo de obtenção do material genético do vírus, o RNA, leva menos de 30 minutos, onde são utilizados reagentes, de acordo com o protocolo desenvolvido pelo Einstein;
3.Amplificação desse material genético
Os especialistas recorrem a enzima Transcriptase reversa (RT) para transformar o RNA do vírus em DNA complementar, também chamada de cDNA. Trata-se de uma fita de DNA obtida no momento da transcrição das informações genéticas;
4.Biblioteca de sequenciamento
Nesta etapa, são utilizados os primers universais, que são fitas simples de DNA que auxiliam na amplificação do material genético em 100 milhões de vezes;
5.Sequenciamento do DNA
Neste momento é determinada a sequência de letras que, encadeadas uma depois da outra, compõe o genoma completo do vírus.
6.Análise dos dados
A análise de dados é realizada pela nova plataforma Varstation®️, utilizando uma sequência de instruções computacionais, composta por um algoritmo de inteligência artificial capaz de identificar os pacientes e os respectivos resultados. O resultado fica pronto em até 72 horas após a coleta do material biológico. Segundo os médicos do Einstein, é possível analisar 1.536 amostras ao mesmo tempo, contra as 96 do RT-PCR.
Fonte: PebMed | Autor(a) Úrsula Neves.