1. A ansiedade, esse mecanismo inerente ao funcionamento natural do nosso organismo, surge em resposta a estímulos que nos causam estresse, perigos iminentes, reais ou imaginários, provocando reações automáticas de natureza biológica. Trata-se de um fenômeno extraordinariamente comum e imprescindível, pois nos prepara para enfrentar situações que demandam adaptação. Portanto, sempre que nos encontramos em um estado ansioso, é crucial que busquemos compreender a origem desse sentimento. Devemos indagar a nós mesmos: qual é a adaptação requerida pela situação em que nos encontramos e que nos sentimos despreparados para enfrentar? Com essa compreensão, teremos a oportunidade de direcionar nossos esforços para desenvolver a habilidade necessária.
2. A ansiedade é uma sensação universal, mas pode se tornar uma ameaça quando atinge níveis elevados. Qual a distinção entre a ansiedade “benéfica” e a “maléfica”? A ansiedade positiva é aquela que nos impulsiona, nos motiva a buscar conhecimento e a realizar ações distintas. Quando, por exemplo, estamos prestes a fazer uma apresentação pública e nos sentimos ansiosos, essa ansiedade é proveitosa. Ela sinaliza áreas em que precisamos aprimorar nossos esforços mentais e físicos, e, com o passar do tempo e a aquisição de experiência, essa ansiedade tende a diminuir em intensidade.
3. A ansiedade prejudicial, por outro lado, tem o poder de nos imobilizar. Tudo parece demasiadamente complexo, e nos sentimos desprovidos de preparo para dar qualquer passo adiante. Nesses casos, a ansiedade ultrapassa os limites e necessita de auxílio para ser controlada e dimensionada adequadamente.
A fase de transição para a vida adulta é uma época em que a ansiedade se manifesta com frequência. Nesse momento, enfrentamos uma série de situações novas, como a escolha de uma carreira, o ingresso na faculdade e o primeiro emprego, entre outras responsabilidades tanto pessoais quanto profissionais. As novidades e desafios que surgem geram inseguranças e ansiedades. No entanto, se o transtorno de ansiedade persistir e seus sintomas atrapalharem significativamente a rotina e as atividades do jovem, é imperativo identificar suas causas e medos subjacentes para que possam ser tratados.
Saber que a ansiedade é comum durante essa fase da vida pode não aliviar o desconforto que ela provoca, mas é essencial entender que essa experiência não é única, nem um sinal de que algo está intrinsecamente errado conosco ou com nossa vida. Trata-se de um período de transição e adaptação, que eventualmente passará. A melhora, sobretudo, será perceptível se investirmos tempo em autoconhecimento, explorando as raízes de nossa ansiedade e buscando respostas para as perguntas que ainda não temos. Pedir ajuda, seja por meio de conversas com amigos, familiares, coaching, terapia ou orientação profissional, é uma rota valiosa para o autoaperfeiçoamento.
4. A ansiedade surge sobretudo em momentos de grande pressão ou apreensão, frequentemente relacionados ao medo. Ela está intrinsecamente ligada a emoções intensas e pode nos tolher, fazendo-nos perder a autonomia sobre nossas atividades e, sobretudo, sobre nossos pensamentos. Para quebrar esse ciclo em que a ansiedade gera receio, que, por sua vez, intensifica a ansiedade, uma técnica simples se revela eficaz: a respiração. Sim, é simples assim! Interrompa o que estiver fazendo e respire profundamente. Repita esse processo cinco vezes. Isso não é uma mera teoria, vale destacar. A ansiedade ativa áreas do cérebro que estimulam a hiperventilação, levando-nos a respirar de forma rápida e superficial. Conscientemente modificar esse padrão de respiração ajuda a restaurar o equilíbrio do organismo.
As pessoas estão experimentando níveis de ansiedade prejudiciais à sua saúde física e mental, dado o estilo de vida estressante e altamente exigente que enfrentamos, com sobrecarga de tarefas e informações a serem processadas. Estabelecer uma agenda semanal estruturada, com prioridades, horários e locais definidos para todas as atividades relevantes dos próximos dias, é uma estratégia eficaz para controlar a ansiedade. É crucial organizar-se e focar em uma tarefa de cada vez.
A empresa Cia de Talentos realizou um estudo envolvendo jovens de 14 a 18 anos, revelando que 47% deles sentem falta de tempo para realizar tudo o que precisam ou desejam, e 51% estariam dispostos a comprar horas adicionais para incluir em seu dia, especificamente 6,64 horas. Desde uma idade precoce, todos nós enfrentamos uma rotina que se assemelha mais a uma corrida contra o relógio. Às 24 horas do dia muitas vezes parecem insuficientes para atender a todas as demandas, uma constatação que, mais do que gerar incômodo, frequentemente gera ansiedade. Como não é possível comprar tempo, é imperativo que aprendamos a administrar eficazmente as horas de que dispomos, considerando que cada dia possui apenas 24 horas, nas quais devem se encaixar os aspectos da vida pessoal, profissional e o período de descanso. Ter uma agenda semanal cuidadosamente planejada, com destaque para prioridades, horários e compromissos relevantes dos próximos dias, constitui uma alternativa efetiva para gerir a ansiedade. É fundamental adotar uma abordagem organizada e concentrar-se em uma tarefa por vez.