Suicídio e o setembro Amarelo

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Yellow September é uma campanha conhecida em todo o mundo, que visa conscientizar sobre a prevenção do suicídio. A Organização Mundial da Saúde estabeleceu o dia 10 de setembro como o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. Este movimento nasceu depois que Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio nos Estados Unidos. Ele era conhecido por sua personalidade carinhosa e por seu Mustang amarelo favorito.

Infelizmente, nem mesmo os seus familiares e amigos perceberam os sinais que o jovem dava de tirar a própria vida. No funeral decidiram montar uma cesta de papelão amarela e fitas com a mensagem “Se precisar de ajuda, peça ajuda”.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, as pessoas que tentam o suicídio irá repeti-lo em outros momentos da vida. Os motivos podem ser vários, mas muito mais pessoas do que você imagina tiveram, pelo menos uma vez na vida, pensamentos suicidas. A maioria deles não se limitou à imaginação, mas também elaborou um plano real para a sua implementação; no entanto, evitar que esses pensamentos suicidas se tornem realidade é POSSÍVEL.

O suicídio é o ato de desespero em que o indivíduo tira intencionalmente a própria vida. É um fator multicausal e pode estar associado a aspectos psicológicos, familiares, culturais, genéticos, entre outros. Porém, antes de realmente cometer suicídio, o indivíduo tem pensamentos, ideias e tentativas sobre como poderia tirar a própria vida. Infelizmente, as tentativas de suicídio são muito mais frequentes do que o próprio suicídio.

Segundo algumas pesquisas 703 mil suicídios ocorrem em todo o mundo todos os anos. Isto faz do suicídio uma das causas de morte mais comuns no mundo, matando mais do que a malária, o VIH/SIDA, o cancro da mama e o homicídio. Mais de uma morte em cada cem (1,3%) é devido ao suicídio. Esses dados estão contidos no relatório Suicide Worldwide in 2019.

Em quais países do mundo ocorrem mais suicídios?

Segundo estimativas da OMS, os países com maior número de suicídios no mundo são a Rússia (25 suicídios por 100 mil pessoas), a Coreia do Sul (28,6 por 100 mil pessoas), a África do Sul (23,5) e os Estados Unidos (16), Brasil está entre os 10 países com maior número de suicídios no mundo, a cada 45 minutos ocorre um suicídio no Brasil. Segundo uma pesquisa realizada em 2021 (OMS), as mortes por suicídio são cada vez mais elevadas nas estatísticas globais, com os números mais elevados na América do Sul, América Central e países do Leste Europeu. A Itália está entre os países com as taxas de suicídio mais baixas, com 6,7 suicídios por 100 mil pessoas. Uma classificação de alguns países selecionados compilada pelo Statista mostra isso no gráfico abaixo.

Ao longo do tempo, a terminologia utilizada para descrever o suicídio evoluiu para refletir os avanços no estudo científico do comportamento suicida, o apoio crescente às vítimas, sobreviventes e a redução do estigma associado ao suicídio.

O comportamento suicida inclui o seguinte:

Suicídio consumado: um ato intencional de automutilação que leva à morte.

Tentativa de suicídio: ato de automutilação que pretendia levar à morte, mas não o fez. Uma tentativa de suicídio pode ou não resultar em ferimentos.

Ideação suicida: pensamentos, planejamentos e atos preparatórios relativos ao suicídio…

Esses pensamentos podem variar de intensidade e frequência, mas se tornam um problema quando começam a interferir na vida cotidiana da pessoa.

Porque a ideação suicida ocorre?


As causas da ideação suicida podem ser diversas, incluindo problemas de saúde mental, estresse, traumas, dificuldades financeiras, abuso de substâncias e outros.
É importante lembrar que a ideação suicida não é um sinal de fraqueza ou falta de vontade, mas sim um sinal de que a pessoa está passando por momentos difíceis e precisa de ajuda.

Fatores de risco para ideação suicida


Alguns fatores de risco para a ideação suicida incluem histórico de tentativas de suicídio, problemas de saúde mental como depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, abuso de substâncias, histórico de abuso físico, sexual ou emocional, entre outros.

Como o suicídio é vivenciado pelos familiares

Quando uma pessoa tira a própria vida, a pergunta que os familiares sempre enfrentam é “por quê?”. Muitas vezes são atormentados por sentimentos de culpa e se perguntam se não poderiam ter evitado o suicídio. É importante compreender que você não pode assumir a responsabilidade pela vida de outro adulto. O suicídio é sempre consequência de vários fatores e não pode ser atribuído à culpa de uma única pessoa.

Todo suicídio ou tentativa de suicídio esconde sofrimento pessoal. Devido a sobrecargas emocionais ou doenças mentais, as pessoas envolvidas veem o suicídio como a única saída para acabar com seu sofrimento.

Pois, bem! Algumas tentativas de suicídio ou consumadas acontecem de forma imprevisível para familiares e amigos, na maioria dos casos há indícios. Os sinais de angústia ou pensamentos suicidas a serem observados incluem quaisquer mudanças nos padrões habituais de comportamento da pessoa, como mudanças de humor, comportamento, sono ou energia. Como a maioria das pessoas muitas vezes não fala diretamente sobre os seus pensamentos e sofrimento, é importante notar quando o que as pessoas dizem sugere sentimentos de desesperança, opressão, aprisionamento ou ser um fardo para os outros. As mudanças de comportamento incluem afastamento das atividades normais, agitação, episódios repentinos de raiva, irritabilidade, uso excessivo de álcool ou drogas ou outros comportamentos estranhos, como despedir-se ou doar pertences. Qualquer menção a pensamentos suicidas, mesmo de forma jocosa, e, claro, qualquer tentativa de suicídio deve ser levada a sério. Se você os ignorar, você corre o risco de morte do sujeito.

DIANTE DE UMA PESSOA SOB RISCO DE SUICÍDIO, O QUE NÃO SE DEVE FAZER:

Não opinar:


“Você quer chamar a atenção.”

“Te falta Deus.”

“Isso é falta de vergonhana cara.”


Não banalizar:


“É por isso que quer morrer? Já passei por coisas bem piores e não me matei.


Não falar simplesmente frases de incentivo vazias:


“Levanta a cabeça, deixa disso.” “Pense positivo.”

“A vida é boa.”

Não dar sermão:


“Tantas pessoas com problemas mais sérios que o seu, siga em frente.”

Se você estiver se sentindo assim ou conhece alguém, procure ajude de um profissional qualificado para te auxiliar e dar o suporte necessário:

  • Ser respeitado e levado a sério;
  • Seu sofrimento levado em consideração;
  • Falar em privacidade com as pessoas sobre você mesmo e sua situação;
  • Ser escutado;
  • Ser encorajado;
  • Escutado sem julgamento ou critica.

NAURIA DE BRITO
PSICOLOGA
MBPsS. 550182

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