A catapora, também chamada de varicela, infecção típica da infância, é causada pelo vírus Varicela-Zoster. Apesar de ser altamente contagiosa, a doença tende a apresentar quadros leves e limitados em crianças.
A morte no Chile do fisiculturista brasileiro Raphael Casanova, de 38 anos, após contrair catapora, chamou atenção para os riscos da infecção em adultos. A causa da morte foi confirmada à CNN pela irmã de Raphael, Juh Casanova.
A catapora causa a inflamação na pele, associada à coceira, que leva ao aspecto visível de irritação mais característico da doença. As lesões na pele rapidamente evoluem para bolhas, formando crostas secas, entre três e sete dias.
Em crianças, a infecção geralmente é benigna e autolimitada. Nos adultos com sistema imunológico em condições normais, chamados imunocompetentes, a doença tende a ser mais grave do que nas crianças, apesar de ser bem menos frequente (cerca de 3% dos casos).
A febre é mais elevada e prolongada, o estado geral é mais comprometido, as lesões na pele são mais pronunciada e as complicações mais comuns podem levar a óbito, principalmente devido à pneumonia primária.“A catapora pode ser mais grave nos adultos. Usualmente, a resposta imunológica pode ser mais exuberante e ter uma doença mais grave, mas não é regra.
Não é sempre que catapora em adultos vai desenvolver formas de gravidade. É possível ter complicações da catapora, principalmente lesões de pele, infecções secundárias ou o que a gente chama de visceralização, que é quando o vírus da catapora causa doença fora da pele, afetando o sistema nervoso central, como uma meningite ou inflamação do fígado, a hepatite”, explica o médico infectologista Álvaro Furtado, do Hospital das Clínicas de São Paulo.Herpes-zosterUma vez adquirido o vírus, a pessoa fica imune à catapora.
No entanto, ele permanece no organismo a vida toda e pode ser reativado, causando um quadro chamado de herpes-zoster.“Hoje em dia, a maioria das pessoas é vacinada contra a varicela ou catapora. Aquelas que adquiriam contato, podem ficar com o vírus latente e desenvolver durante alguma imunossupressão, seja por alguma doença ou por algum problema que a pessoa esteja passando que diminua a imunidade”, explica o médico dermatologista Reinaldo Tovo Filho, do Hospital Sírio-Libanês.A reativação ocorre na idade adulta, sendo mais comum em pessoas imunocomprometidas, de acordo com os Centros de Controle e Doenças (CDC), dos Estados Unidos.
O quadro clínico, caracterizado por manifestações na pele dolorosas, pode ser benigno ou evoluir para formas graves.“A forma localizada de catapora, que normalmente aparece nas costas, embora possa aparecer em outro lugar, apenas em um dos lados, é conhecida como herpes zoster. É uma reativação desse vírus, que quando a pessoa entra em contato pode, durante uma imunossupressão, uma diminuição da imunidade, desenvolver então esse quadro”, explica Tovo Filho.ComplicaçõesAs principais complicações da catapora estão associadas aos casos severos ou tratados inadequadamente.
Os pacientes podem apresentar inflamação no sistema nervoso, conhecida como encefalite, pneumonia e infecções na pelo e no ouvido.A doença pode ser mais grave para recém-nascidos, mulheres grávidas ou qualquer indivíduo que esteja com a imunidade baixa, como pessoas com Aids, transplantados ou que estejam realizando quimioterapia para o tratamento de câncer.
TransmissãoA catapora é facilmente transmitida para outras pessoas. De acordo com o Ministério da Saúde, o contágio acontece por meio do contato com o líquido da bolha ou pela tosse, espirro, saliva ou por objetos contaminados pelo vírus. Indiretamente, é transmitida por meio de objetos contaminados com secreções de vesículas e da pele de pacientes infectados.
Segundo o ministério, raramente, a catapora é transmitida por meio de contato com lesões de pele. O período de incubação do vírus é de 4 a 16 dias. A transmissão se dá entre 1 a 2 dias antes do aparecimento das lesões de pele e até 6 dias depois, quando todas as lesões estiverem na fase de crostas.VacinaçãoEm 2013, o Ministério da Saúde introduziu a vacina tetra viral, que protege contra sarampo, caxumba, rubéola e varicela (catapora), na rotina de vacinação de crianças entre 15 meses e 2 anos de idade que já tenham sido vacinadas com a primeira dose da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola).Segundo o ministério, a vacina auxilia a conter a propagação da catapora.
A imunização é realizada em duas doses, sendo a primeira aplicada a partir do 15º mês de vida. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) disponibiliza uma dose da vacina aos 4 anos de idade, correspondente à segunda dose do esquema.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomendam duas doses da vacina varicela: a primeira aos 12 meses e a segunda entre 15 e 24 meses de idade. Essas doses coincidem com o esquema de vacinação da vacina tríplice viral e, portanto, a tetra viral pode ser usada nas duas doses.
Fonte: NEWSLAB