Final de ano deixa os estoques de bancos de sangue em situação crítica

Doações de sangue precisam ser regulares para que os estoques dos hemocentros não fiquem baixos; uma doação pode salvar até quatro vidas

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Segundo dados do Ministério da Saúde, apenas 14 em cada mil brasileiros doam sangue de forma regular nos hemocentros do SUS, ou seja, apenas 1,4% têm o costume de doar sangue. O número está abaixo dos 2% ideais definidos pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e, durante as comemorações de final de ano e férias, chama ainda mais a atenção.

Durante esse período, os estoques de sangue nos hemocentros costumam registrar baixas significativas que preocupam funcionários e especialistas dos hemocentros. No Hemocentro da USP em Ribeirão Preto, “os estoques estão baixos quase que o ano todo. No entanto, caem ainda mais nos períodos de dezembro, janeiro, fevereiro e julho, porque as pessoas estão imbuídas nos preparativos das festas de final de ano, viajando, se preparando para as merecidas férias e, nessa correria, esquecem-se de passar no Hemocentro e deixar a sua contribuição”, conta Miriam Mendes Castanheira, do setor de captação do Hemocentro de Ribeirão Preto.

Os baixos estoques de sangue nos hemocentros podem trazer muitas complicações, seja para abastecer os hospitais, na hora de socorrer uma emergência, ou para pessoas com necessidade de receber doações regularmente devido a alguma condição de saúde. Por isso, Miriam destaca a importância das doações regulares e de manter os estoques em níveis de segurança. “Existem muitas doenças em que a pessoa precisa do sangue não eventualmente e, sim, para viver. Então, é equivocado achar que é muito importante só nessas épocas por conta de acidentes. Na verdade, o sangue é preciso o ano inteiro.”

Dificuldades no atendimento 

Se os estoques permanecerem baixos, pode haver também dificuldades para atender emergências com o tipo de sangue específico do paciente ou com o tipo O-, considerado universal.  “E, em uma urgência, quando não dá tempo de saber o tipo sanguíneo da pessoa, a gente deve passar o O- até estabilizá-la, para, depois, saber o tipo sanguíneo. Isso é muito sério e causa, em nós, uma angústia muito grande, porque o hemocentro é só um intermediário de toda essa logística. Ela depende do cidadão, porque, se o cidadão não doar, nós não teremos. Nós somos intermediários, nós só acatamos, coletamos e processamos a bolsa para que a gente possa passar um sangue de boa qualidade para quem precisa. Então, é muito angustiante”, desabafa Miriam.

O doador precisa estar em um bom estado de saúde, visto que existe uma série de fatores que levam em conta o risco que a doação pode representar para a saúde do próprio doador e para a saúde do indivíduo que vai receber o sangue. Miram explica que, para casos específicos, o doador deve entrar em contato com o hemocentro para tirar as dúvidas.

“Doar sangue é um ato de solidariedade, de amor, cada doação, pode salvar a vida de até quatro pessoas. Eu acho muito importante, é preciso mudar a consciência do cidadão. É preciso criar o hábito de doar, porque o Ministério da Saúde preconiza que, se 3,6% da população brasileira doasse regularmente, os hemocentros e bancos de sangue do Brasil estariam em níveis equilibrados, tranquilos, para corresponder, mesmo, às demandas dos hospitais. Eu acredito que o brasileiro é muito solidário, mas ele precisa ser mais voluntário nesse sentido. Então, a conscientização é muito importante”, conclui Miriam.

Para doar, basta procurar o Hemocentro, no campus da USP, de segunda à sexta-feira, das 7h às 13 horas. Aos sábados, domingos e feriados, a coleta é feita das 7h às 12h30. Ou ir ao posto de coleta, na rua Quintino Bocaiúva, 470, segundas, terças, quintas-feiras e sábados, das 7h30 às 12h30, e às quartas e sextas-feiras, das 7h30 às 17h30. Se preferir agendar, basta ligar no número 0800.979.6049.

Fonte: NEWSLAB

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