Silencioso, câncer de ovário ainda é subdiagnosticado no Brasil

Tratamento inovador oferece redução no risco de progressão da doença e melhores resultados

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Apesar de não estar entre os mais incidentes no País, esse tipo de tumor é o mais letal entre os tumores ginecológicos:  com os tratamentos até recentemente disponíveis, até 85% das pacientes com doença avançada recidivam, cenário em que a doença não é mais considerada passível de cura para a maioria absoluta das pacientes. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), para  2021 são esperados de 6.650 novos casos e aproximadamente 4.000 mortes pela doença.

Por ser considerado “silencioso”, a principal causa da alta taxa de mortalidade recai sobre o diagnóstico tardio: até 75% das pacientes descobrem a doença em estágio avançado4, quando o câncer já acometeu outras partes do corpo. (veja mais no quadro em destaque).

Os  sintomas do câncer de ovário são comumente confundidos com os de outras condições. “Diferentemente do câncer de mama, no qual as pacientes se beneficiam de estratégias de rastreamento, como a mamografia, o de ovário não possui um teste específico”, como explica Angelica Nogueira Rodrigues, fundadora do Grupo Brasileiro de Tumores Ginecológicos (EVA).

Alguns sintomas mais comuns podem ser um alerta ao diagnóstico, como dores pélvicas persistentes não restritas ao período pré-menstrual, inchaço abdominal, flatulência, dor lombar persistente, sangramento vaginal anormal, dores de estômago ou alterações intestinais, dentre outros.

Ainda de acordo com a médica, durante os meses de pico da pandemia muitas pessoas não tiveram acesso aos exames periódicos e uma série de doenças foi negligenciada, caso das oncológicas. “Neste ano, já constatamos pacientes com casos mais avançados da doença. Recomendo que as mulheres voltem às consultas regulares para exames de rotina ao ginecologista, mesmo assintomáticas. “É preciso manter a rotina de cuidados com prevenção e, especialmente pacientes com sintomas, não podem postergar busca de auxílio médico”, destaca.

Tratamento inovador

Os tratamentos disponíveis hoje para o câncer de ovário incluem, além da quimioterapia, os chamados inibidores de PARP, o mesmo tipo utilizado por Alessandra. Seu principal benefício é agir diretamente nas células cancerosas, que acabam perdendo a capacidade de corrigir danos em seu material genético e morrem com o tempo, reduzindo o risco de progressão do tumor e a necessidade de um novo tratamento com quimioterapia.

Segundo Vanessa Fabricio, oncologista clínica e diretora Médica de Oncologia da GSK, esse tipo de terapia é eficaz na manutenção de casos de câncer de ovário por postergar a recidiva, mantendo a qualidade de vida das pacientes. “O fato de haver um medicamento de uso oral com dose única diária é outra vantagem, pois evita a necessidade de deslocamento até o hospital, aumentando a adesão ao tratamento e sendo fundamental em tempos de isolamento social”, completa.

Fonte: NEWSLAB

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