A artrose do joelho apresenta múltiplas opções de tratamento. Embora a combinação das estratégias possíveis seja a melhor opção terapêutica, alguns pacientes podem inicialmente não tolerar algumas opções de tratamento, especialmente os que cursam com dor mais intensa.
A fisioterapia e as injeções intra-articulares de glicocorticoides parecem ser estratégias úteis para o tratamento da dor associada ao quadro de artrose dos joelhos, especialmente neste perfil de paciente com exacerbação dos sintomas. A diferença no resultado destas estratégias a curto e longo prazo é mal compreendida.
Recentemente um estudo publicado na revista científica The New England Journal of Medicine relata um ensaio clínico randomizado para comparar a fisioterapia com a injeção de glicocorticoides. O estudo foi realizado no Sistema de Saúde Militar dos EUA. Foram selecionados como participantes da pesquisa pacientes com osteortrite em um ou ambos os joelhos. Os participantes foram designados aleatoriamente em uma proporção de 1:1 para receber uma injeção de glicocorticoide ou para fazer fisioterapia.
Foi avaliado como desfecho primário a pontuação total no Índice de Osteoartrite das Universidades Western Ontario e McMaster (WOMAC) em 1 ano. O índice WOMAC foi desenvolvido para avaliar sintomas e capacidade funcional em pacientes com osteoartrite das extremidades inferiores. Essa escala é composta de 24 itens subdivididos em três subescalas — dor (cinco itens), rigidez (dois itens) e função (17 itens). Cada item é graduado em uma escala de intensidade do sintoma (nenhum, leve, moderado, intenso ou extremo). As pontuações variam de 0 a 240, com pontuações mais altas indicando pior dor, função e rigidez.
Os resultados secundários foram o tempo necessário para concluir alguns testes funcionais. Foram utilizados os testes Alternate Step, Timed Up and Go e a pontuação na escala Global Rating of Change, todos avaliados em 1 ano.
esultados
Foram incluídos 156 pacientes com idade média de 56 anos; 78 pacientes foram alocados em cada grupo. As características basais, incluindo a intensidade da dor e o nível de incapacidade, foram semelhantes nos dois grupos avaliados. A média (± DP) dos escores WOMAC basais foram 108,8 ± 47,1 no grupo de injeção de glicocorticoide e 107,1 ± 42,4 no grupo de fisioterapia. Esses dados mostram que os dois grupos eram semelhantes antes das intervenções a serem estudadas.
Em 1 ano, os escores WOMAC médios foram de 55,8 ± 53,8 no grupo tratado com corticoide e 37,0 ± 30,7 no grupo tratado com fisioterapia (diferença média entre os grupos, 18,8 pontos; intervalo de confiança de 95%, 5,0 a 32,6), um achado favorável à fisioterapia. As mudanças nos desfechos secundários acompanharam os resultados do desfecho primário.
Conclusões do estudo
Pacientes com osteoartrite de joelho que realizaram fisioterapia tiveram menos dor e incapacidade funcional em 1 ano do que pacientes que receberam injeção intra-articular de glicocorticoide.
Embora o estudo seja útil para o conhecimento da diferença entre as estratégias possíveis para o tratamento dos quadros de artrose, a combinação das estratégias é possível e pode trazer benefícios para diferentes grupos de pacientes.
Fonte: PEBMED