Os opioides são os mais potentes analgésicos, tradicionalmente utilizados em situações autolimitadas ou em pacientes em paliação. Entretanto, algumas ocasiões como dores agudas muito fortes, avaliadas por escalas clínicas de dor, e quadros como edema agudo de pulmão, têm suscitado o aumento da utilização desta droga. Essa situação gera mortes não intencionais por opioides, muito pelo efeito depressor do sistema respiratório, mas também por eventos cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, arritmias, efeitos hemodinâmicos ou endocardite.
Os opioides naturais não interferem na repolarização cardíaca, entretanto os sintéticos são pró-arrítmicos, é recomendável a monitorização do intervalo QT em pacientes utilizando metadona, por exemplo. Pacientes com distúrbios do sistema elétrico de condução podem estar especialmente sujeitos aos efeitos dos opioides sintéticos, enquanto opioides naturais tendem a causar mais depressão respiratória.
Complicações
Os opioides apresentam uma miríade de complicações cardiovasculares, incluindo hipotensão, bradicardia, rubor, vasodilatação periférica e síncope. Por outro lado, a abstinência de opioides desencadeia hipertensão, taquicardia, cardiomiopatia de estresse e potencialmente síndrome coronariana aguda. Por isso é importante estar atento e desenvolver estratégias voltadas para detecção precoce e ação rápida na depressão respiratória, arritmias cardíacas e sob o risco de endocardite.
É importante, para reduzir os riscos de complicações no uso de opioides, ser criterioso e prudente em relação a quantidade prescrita e evitar o uso crônico. Além disso deve-se reconhecer precocemente sinais de dependência retirando o medicamento e referenciando o paciente a centros de tratamento ou a consultas com profissionais especializados.
Mensagem final
Nos últimos anos houve um aumento no uso de opioides, guiados principalmente por escalas clínicas de dor, levando a uma maior mortalidade por complicações cardiovasculares e respiratórias. Deve-se estar atento a sinais de dependência química, as populações com risco de arritmia ou síndrome coronariana aguda e deve-se evitar o tratamento crônico a menos que com indicação explícita.
Fonte: PEBMED