Primeiro tratamento contra ebola é aprovado

Um novo tratamento com anticorpos sintéticos contra o vírus do Ebola desenvolvido pelo laboratório norte-americano Regeneron Pharmaceuticals recebeu aprovação da Food and Drug Administration (FDA), agência que regula medicamentos nos Estados Unidos. Essa é a primeira terapia que se mostrou eficaz contra o vírus, segundo revelou a Agence France Presse (AFP).

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O estudo foi desenvolvido na República Democrática do Congo em 2018 e os resultados foram publicados na revista científica New England Journal of Medicine no ano passado.

Batizado de Inmazeb, o tratamento é administrado de forma intravenosa e contém um coquetel de anticorpos monoclonais que, uma vez inoculados no paciente, unem-se ao vírus para neutralizá-lo, como faz o sistema imunológico. O tratamento usa a mesma tecnologia experimental utilizada contra a Covid-19 aplicada ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Segundo os pesquisadores, os anticorpos monoclonais são um tipo de tratamento relativamente novo, normalmente aplicado para combater o câncer e doenças inflamatórias. O Inmazeb contém três tipos de anticorpos muito eficazes contra o Ebola, descobertos por meio da infecção de ratos geneticamente modificados.

Os testes clínicos foram realizados com 382 pessoas, sendo que metade delas foi tratada com Inmazeb e o restante recebeu um medicamento distinto. Entre aquelas tratadas com Inmazeb, 33,8% morreram após 28 dias, contra 51% dos pacientes que receberam outro medicamento.

Segundo os cientistas, os efeitos colaterais mais comuns nas pessoas que tomaram o medicamento foram febre, calafrios, aceleração dos batimentos cardíacos (taquicarida) ou da respiração (taquipneia) e vômitos. Mas esses são também sintomas do Ebola e podem estar diretamente relacionados à infecção e não ao medicamento, avaliam os pesquisadores.

De acordo com o chefe da FDA, Stephen Hahn, a aprovação do tratamento mostra seu compromisso “em responder às ameaças contra a saúde, tanto no país quanto no exterior”, conforme a AFP. A FDA esclareceu que os pacientes que recebem Inmazeb não devem ser vacinados contra o Ebola durante o tratamento, uma vez que isto poderia reduzir a eficácia da vacina.

“Estamos extremamente orgulhosos que a FDA aprovou o Inmazeb, também conhecido como REGN-EB3”, comemorou o presidente e diretor científico da Regeneron, George D. Yancopoulo, em comunicado, segundo a revista Galileu. “Essa é a primeira vez que a FDA aprova um tratamento específico para o Ebola, que causou uma série de surtos mortais”.

Com a aprovação, a Regeneron prevê fornecer o medicamento gratuitamente para a República Democrática do Congo, onde há um surto da doença, apurou a Galileu. Os Estados Unidos também encomendaram o Inmazeb como precaução para quaisquer potenciais emergências de saúde pública no futuro.

Fonte: ICTQ| Autor: Marcelo de Valécio

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