A pesquisa avaliou se alguns metalofármacos – compostos que contêm metais frequentemente usados contra bactérias – podem ter propriedades antivirais que permitam lutar contra o novo coronavírus (SARS-CoV-2).
Nos testes feitos em hamsters, os cientistas descobriram que uma das drogas dessa família, o citrato de bismuto ranitidina (RBC), era “um poderoso agente anti-SARS-CoV-2”. Segundo revelou na apresentação do estudo o pesquisador da Universidade de Hong Kong, Runming Wang, “o RBC pode reduzir a carga viral no pulmão do hamster infetado”.
“A nossa descoberta mostra que o RBC é um possível antiviral contra a covid-19”, completou Wang. Contudo, ressalva, o fato dos resultados serem positivos em animais não significa que o medicamento também seja benéfico para o ser humano.
Mesmo assim, os cientistas de Hong Kong estão otimistas e disseram que o RBC é um medicamento habitualmente disponível, usado contra úlceras do estômago, com um perfil farmacológico seguro e abrangente. “É usado há décadas e é bastante seguro”, disse Wang.
Os pesquisadores acrescentaram que o estudo que realizaram, publicado na revista Nature Microbiology, sugeria que outros metalofármacos também poderiam ter sucesso contra o vírus e deveriam ser mais explorados.
Em paralelo à corrida contra o tempo para encontrar uma vacina contra esse vírus, cientistas de todo o mundo analisam outros medicamentos já disponíveis que possam aliviar os sintomas da doença ou ajudar o organismo a combatê-la. Até agora, entre dezenas de medicamentos analisados, um deles se mostrou eficaz contra a mortalidade, mas apenas nos casos mais graves: o corticoide dexametasonsa.
Já o Remdesivir, um antiviral de amplo espetro, também foi identificado como tendo algum sucesso contra o vírus. Ele encurta ligeiramente a duração da convalescença dos pacientes, mas não foi comprovado se reduz a mortalidade, além de ser caro e difícil de encontrar.
Mesmo a dexametasona tem suas desvantagens, com efeitos de imunossupressão que são arriscados para todos, exceto para os casos mais graves. Ambos os medicamentos foram usados juntamente com outras drogas (inclusive experimentais) para tratar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, depois de ter sido infetado pelo novo coronavírus.
Fonte: ICTQ