Segundo eles, o sequenciamento do genoma mostra que as duas cepas do vírus são “claramente diferentes”, tornando este o primeiro caso comprovado de reinfecção no mundo.
A Organização Mundial da Saúde alerta que é importante não tirar conclusões precipitadas com base no caso de um paciente. Ou seja, esse caso não deve ser visto com preocupação.
Especialistas dizem que as reinfecções podem ser raras e não necessariamente sérias. Outros coronavírus, como os que causam resfriados comuns, reinfectam as pessoas, então não é surpreendente que o Sars-CoV-2, o vírus que causa a covid-19, faça o mesmo.
Mais de 23 milhões de pessoas já foram infectadas pelo coronavírus em todo o mundo.
“Pesquisadores já sabem que pessoas infectadas pelo vírus desenvolvem uma resposta imunológica quando seus corpos aprendem a combater o vírus, e isso as protege contra uma volta dele. Mas não se sabe exatamente quão forte é essa proteção, ou quanto tempo ela dura”, analisa a repórter de Saúde da BBC News Philippa Roxby.
A resposta imunológica mais forte foi encontrada nos pacientes mais gravemente doentes.
Mas ainda não está claro o quão forte é essa proteção ou imunidade, nem por quanto tempo ela dura.
E a Organização Mundial da Saúde disse que são necessários estudos maiores com pessoas que já tiveram coronavírus.
Este relatório é da Universidade de Hong Kong e será publicado no periódico Clinical Infectious Diseases. Como o artigo completo ainda não foi publicado, é preciso ter cautela.
Segundo o artigo, o homem passou 14 dias no hospital antes de se recuperar do vírus. Depois, apesar de não ter mais sintomas, teve resultado positivo para o vírus uma segunda vez, após um teste de saliva durante uma triagem no aeroporto.
“Este é um exemplo muito raro de reinfecção”, disse Brendan Wren, professor de patogenicidade microbiana da London School of Hygiene and Tropical Medicine.
“Isso não deve minar o impulso global para desenvolver vacinas covid-19. É de se esperar que o vírus mude naturalmente com o tempo.”
Jeffrey Barrett, consultor científico sênior do projeto do genoma covid-19 no Instituto Wellcome Sanger, no Reino Unido, disse: “Dado o número de infecções globais até o momento, ver um caso de reinfecção não é tão surpreendente, mesmo que seja uma ocorrência muito rara”.
“Pode ser que as segundas infecções, quando ocorram, não sejam graves – embora não saibamos se essa pessoa estava infecciosa durante o segundo episódio.”
Mais estudos populacionais são necessários antes que qualquer conclusão sobre a possibilidade de reinfecção possa ser feita.
Fonte: BBC News.