Jovem americana faz transplante duplo de pulmão após ter covid-19

Cirurgia levou mais de 10 horas e é considerada a primeira do gênero motivada por sequelas deixadas pelo novo coronavírus

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Uma jovem norte-americana de 20 anos que teve os pulmões destruídos pelo novo coronavírus recebeu um transplante duplo do órgão na semana passada no Northwestern Memorial Hospital, em Chicago, nos Estados Unidos. A cirurgia é o primeiro transplante de pulmão em decorrência da covid-19 conhecido no país.

A operação levou 10 horas, mais tempo do que a maioria dos transplantes de pulmão. Em entrevista ao jornal The New York Times, o chefe de cirurgia torácica e diretor cirúrgico do programa de transplante de pulmão da Northwestern Medicine, que inclui o Northwestern Memorial Hospital, Anik Bharat, disse que a inflamação da doença havia deixado os pulmões da paciente “completamente colados ao tecido ao seu redor, coração, parede torácica e diafragma.”

Bharat disse que a paciente estava se recuperando bem, mas que tinha um longo caminho a percorrer. Embora os pulmões transplantados sejam saudáveis, a doença deixou os músculos do peito muito fracos para respirar e levará algum tempo para recuperar sua força.

A jovem estava saudável antes de contrair a covid-19, mas tinha uma doença que exigia que ela tomasse um medicamento que suprimia seu sistema imunológico. Não ficou claro se a droga a tornava especialmente vulnerável ao coronavírus.

Ela ficou doente por cerca de duas semanas antes de ser internada no hospital em 26 de abril. Sua condição continuou piorando e os médicos, então, a conectaram a uma máquina que bombeia oxigênio diretamente na corrente sanguínea.

Semanas se passaram sem melhora, e os danos nos pulmões começaram a prejudicar o coração e o fígado. Para o médico, naquele momento, ficou claro que seus pulmões nunca se recuperariam.

Segundo Bharat, o transplante era sua única chance de sobrevivência. “Quero enfatizar que isso não é para todo paciente de covid-19. Estamos falando de pacientes que são relativamente jovens, muito funcionais, com condições mínimas ou sem comorbidades, com danos permanentes nos pulmões e que não conseguem sair do ventilador”.

A paciente foi colocada na lista de espera para um transplante somente depois de ter resultado negativo para o coronavírus. Um doador correspondente foi rapidamente identificado e alguns dias depois ela foi submetida à operação.

A jovem deve tomar medicamentos imunossupressores para impedir que seu corpo rejeite o transplante. Ela já foi testada várias vezes para verificar se os medicamentos poderiam de alguma forma reativar o coronavírus, mas até agora esses testes foram negativos.

Fonte: R7

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