Princípios básicos e aplicações oncológicas da PET-CT/18F-FDG

Basic principles and oncological applications of the PET-CT/18F-FDG

Edigar Henrique Vaz Dias, Eduardo Batista de Carvalho, Diogo de Sousa Pereira

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Dias EHV, Carvalho EB, Pereira DS. Princípios básicos e aplicações oncológicas do PET-CT/18F-FDG / Basic principles and oncological applications of the PET-CT/18F-FDG. Rev Med (São Paulo). 2020 mar. abr.;99(2):156-63.

RESUMO: A Tomografia por Emissão de Pósitrons/Tomografia Computadorizada representa um grande salto tecnológico para a Medicina Nuclear e particularmente, para a Oncologia, visto que é capaz de distinguir alterações benignas e malignas com base em dados semiquantitativos da metabolização de radiofármacos pelos tecidos corporais. Este trabalho teve como objetivo realizar uma revisão narrativa dos principais levantamentos bibliográficos contemporâneos acerca dos princípios físicos da PET-CT/18F-FDG, suas aplicações na Oncologia e os avanços tecnológicos desta metodologia. Este trabalho foi elaborado com base em artigos obtidos de bancos de dados como PubMed, SciELO e Microsoft Academic Search, com descritores relacionados a PET-CT/18F-FDG e a Oncologia. A partir dos artigos analisados, observa-se que a PET-CT/18F-FDG é uma importante técnica para a obtenção de imagens morfofuncionais do corpo do paciente com sensibilidade e especificidade, muitas vezes, superiores aos métodos convencionais de diagnóstico por imagem. Dessa forma, a PET-CT/18F-FDG é recomendada nos casos de identificação e acompanhamento do estadiamento tumoral, monitoramento da taxa de resposta das terapias oncológicas e planejamento do alvo em tratamentos radioterápicos. Ainda, o desenvolvimento de algoritmos matemáticos e de sistemas de detecção de radiação mais eficientes na PET-CT/18F-FDG melhoram a qualidade da imagem e reduzem o tempo de exame.

Descritores: Tomografia computadorizada com tomografia por emissão de pósitron; Fluordesoxiglucose F18; Oncologia.

ABSTRACT: Positron Emission Tomography/Computed Tomography represents a technological leap for Nuclear Medicine and particularly for Oncology, as it is able to differentiate between benign and malignant changes based on semiquantitative data from the metabolism of radiopharmaceuticals by body tissues. The present work aimed to perform a narrative review of the main contemporary bibliographical surveys about the physical principles of PET-CT/18F-FDG, their applications in Oncology and the technological advances of this methodology. This work was elaborated based on articles obtained from databases PubMed, SciELO and Microsoft Academic Search, with descriptors related to PET-CT and Oncology. The reviewed articles show that PET-CT/18F-FDG is an important technique for obtaining morphofunctional images of the patient’s body with great applicability in Oncology. The PET-CT/18F-FDG is recommended in cases of identification and follow-up of tumor staging, monitoring therapeutic results against cancer and target planning in radiotherapy treatments. Furthermore, the development of more efficient mathematical algorithms and radiation detection systems in PET-CT/ 18F-FDG improves image quality and reduces examination time.

Keywords: Positron emission tomography computed tomography. Fluorodeoxyglucose F18; Medical oncology.

INTRODUÇÃO

A evolução cada vez mais rápida da Medicina Nuclear e a incorporação de novas tecnologias que permitem o advento de equipamentos mais sensíveis e menos invasivos contribuem significativamente para o radiodiagnóstico. Neste contexto, o surgimento de equipamentos híbridos teve grande impacto no diagnóstico por imagem. Estes equipamentos apresentam elevado padrão de diagnóstico e são capazes de fundir as imagens funcionais com as imagens anatômicas através de softwares de sobreposição. Atualmente, a tecnologia mais aceita e utilizada na prática clínica é composta por um sistema integrado de Tomografia por Emissão de Pósitron (PET) com a Tomografia Computadorizada (CT – do inglês: Computed Tomography), proporcionando maior facilidade na diferenciação entre tecidos fisiológicos e patológicos.

A PET-CT é uma ferramenta de diagnóstico de extrema importância para diversas áreas da medicina dentre elas a Oncologia. Esta tecnologia revolucionou a conduta terapêutica oncológica nos últimos anos, contribuindo para escolha do tratamento mais eficaz para o paciente e prognóstico. A evolução da PET-CT foi acompanhada pelo desenvolvimento de vários radiotraçadores, como a Fluordesoxiglicose (18F-FDG). A PET- CT/18F-FDG consagrou-se como uma metodologia padrão no estudo de linfomas, entretanto, atualmente sua aplicação na Oncologia vai além, sendo utilizada no estadiamento, avaliação de resultados terapêuticos e planejamento radioterápico de outros tipos de cânceres. Desta forma, este trabalho tem como objetivo abordar os princípios físicos da PET-CT/18F FDG e discutir a sua importância no diagnóstico oncopatológico, estadiamento tumoral, monitoramento de resultados terapêuticos e planejamento do tratamento de radioterapia, bem como apresentar alguns recentes avanços tecnológicos desta metodologia.

MÉTODO

Este trabalho trata-se de uma revisão narrativa desenvolvida por meio da busca de artigos científicos no período de junho a julho de 2019. Os artigos selecionados e analisados de acordo com o título e resumo foram obtidos dos bancos de dados como PubMed, SciELO e Microsoft Academic Search, nos idiomas inglês e português, sem limite de data de publicação. Como critérios de inclusão foram utilizados artigos originais ou relatos de caso que abordassem os princípios físicos da PET-CT/18F-FDG e seu papel no estadiamento tumoral, monitoramento de resultados terapêuticos contra o câncer e planejamento do tratamento de radioterapia, bem como trabalhos cujo tema tratasse dos principais avanços tecnológicos da PETCT/ 18F-FDG.

DISCUSSÃO

Princípios físicos básicos da PET-CT 18F-FDG

Apesar de interligados entre si, a PET-CT é um equipamento composto por aparelhos funcionalmente independentes. A obtenção de imagens funcionais do organismo pela PET só é possível devido à administração de um radiofármaco emissor de pósitrons. O pósitron é o elétron de carga positiva, ou também chamado de antipartícula do elétron, emitido por alguns radionuclídeos por um processo chamado de decaimento beta. Dentre os emissores de pósitron, o carbono-11 (11C), o nitrogênio-13 (13N), o oxigênio-15 (15O) e o flúor-18 (18F) são os radionuclídeos mais comuns em Medicina Nuclear.

Entretanto, os radionuclídeos em si não apresentam características químicas que favoreçam a sua aplicação em sistemas biológicos, sendo necessária a associação com fármacos. Uma associação bastante comum ocorre entre o 18F e um análogo da glicose designado 2-deoxi-glicose (2- DG), dando origem ao 2-flúor-2-deoxi-D-glicose (18F-FDG) ou também chamado de fluordesoxiglicose. Apesar de existirem outros radiofármacos que podem ser utilizados na PET e PET-CT, o 18F-FDG ganhou maior destaque principalmente nos estudos oncológicos, uma vez que as células neoplásicas malignas têm altas taxas glicolíticas, superiores aos tecidos saudáveis adjacentes.

A formação de imagem em PET se baseia na detecção em coincidência eletrônica. Após a administração do radiofármaco no corpo do paciente, os pósitrons emitidos interagem com os elétrons anatômicos e se aniquilam, resultando em dois fótons com energia de 511 keV em direções opostas. Estes fótons são captados por detectores constituídos de cristal de cintilação baseados em germinato de bismuto (BGO), oxi-ortossilicato de lutécio (LSO) ou silicato de gadolínio (GSO), acoplados a fotomultiplicadoras presentes no aparelho de PET que convertem os fótons em sinais elétricos. Posteriormente, algoritmos matemáticos de reconstrução criam imagens tridimensionais, evidenciando o local de aniquilação.

Um dos maiores avanços da Medicina Nuclear sucedeu após a associação da PET com a tomografia computadorizada (PET-CT). Diferentemente da PET, a CT obtém imagens anatômicas do corpo, cuja aquisição ocorre através das medidas de atenuação diferencial de feixes de raios X pelos tecidos corporais no plano transversal do paciente e da reconstrução computacional dos dados obtidos. Quando os feixes de raios X transmitidos pelo corpo do paciente atingem os detectores de radiação presentes no equipamento, a intensidade do sinal gerado é proporcional à radiação incidente e o computador realiza a correção e reconstrução da imagem.

Apesar da PET-CT ser composta por um equipamento híbrido, as imagens são obtidas separadamente e fusionadas em um único exame, proporcionando a identificação anatômica das informações obtidas pela PET. Esta tecnologia torna a análise de dados mais satisfatória, com redução do tempo de exame e riqueza de detalhes. Através da imagem obtida da PET-CT/18F-FDG é possível realizar uma análise semiquantitativa da metabolização de radiofármaco pelo corpo humano. Para isso, a determinação do valor padrão de captação (SUV – do inglês: Standard Uptake Value) torna-se um dos principais parâmetros analisados na oncologia. Basicamente, o cálculo do SUV considera a atividade de uma área de interesse em relação aquela contida em todo o corpo do paciente. Em estudos oncológicos adota-se o valor de SUV máximo (SUVmax), o qual refere-se à região de maior captação de radiofármaco pela lesão. Assim, os valores SUVmax tornou-se um dos principais parâmetros de análise nos exames de PET-CT em vários estudos oncológicos.

PET-CT/18F-FDG no estadiamento tumoral

O estadiamento tumoral reflete a extensão e identificação da doença no corpo do paciente, sendo estes achados de grande relevância para o prognóstico e a escolha do melhor tratamento médico. A Tomografia Computadorizada e a Ressonância Magnética Nuclear (RMN) são métodos de imagem rotineiramente utilizados para avaliação de estadiamento em vários tipos de cânceres, entretanto, possuem limitações por se basearem em análises apenas anatômicas e morfológicas. Neste contexto, a PETCT associado ao 18F-FDG corresponde a uma ferramenta superior aos métodos convencionais, contribuindo de forma decisiva para a detecção de tumores e suas metástases.

A PET-CT/18F-FDG tornou-se uma das principais indicações clínicas para o estadiamento de linfomas do tipo Hodgkin e não Hodgkin, sendo considerada uma metodologia padrão para a definição da conduta terapêutica de linfomas em virtude de sua alta sensibilidade e especificidade de diagnóstico, além de melhor relação custo-efetividade. Quando incorporada na prática clínica, a PET-CT/18F-FDG altera o estadiamento da doença de forma decisiva, como observado por Bednaruk-Młyński et al.15, em que a técnica alterou o estágio de linfoma do tipo Hodgkin em até 34% dos pacientes, refletindo em uma mudança do tratamento oncológico em 21% dos casos. Resultados mais expressivos foram observados no trabalho de Ahmed et al.16, no qual a técnica alterou o estadiamento clínico em 53 % dos pacientes diagnosticados com linfoma. Ainda, em caso de linfomas extranodais, a PET-CT/18F-FDG mostra-se efetiva na detecção de lesões ósseas, esplênicas e de medula óssea, sendo capaz de substituir métodos convencionais de detecção de lesões medulares, como as biópsias.

Em vários estudos oncológicos a utilização da PET-CT/18F-FDG aumenta significativamente a detecção da expansão da doença através de metástases. Em um trabalho realizado por Zhou et al.19 esta metodologia demonstrou uma sensibilidade acima de 90% na detecção de metástases nodais em pessoas com câncer de pulmão de não pequenas células, sendo a combinação do SUVmax com as dimensões tumorais extremamente relevante para predição de metástases nestes pacientes. Em pacientes com câncer de mama, Abo-Sheisha et al.20 mostraram resultados semelhantes na detecção de sítios tumorais secundários pelo exame de PET-CT/18F-FDG (sensibilidade de 97%), contrários aos dados obtidos por radiografia e tomografia de tórax, as quais tiveram sensibilidade de 75%. Ainda, em um estudo retrospectivo realizado por Al-Muqbel, as informações originadas da PET-CT não se limitaram apenas à sensibilidade do método, os dados obtidos permitiram concluir que a metástase de medula óssea é um estágio inicial de tumores secundário ósseos em pacientes com câncer de mama.

Em alguns casos, o local de origem das metástases não está claro, sendo o tumor classificado como câncer primário de origem desconhecida (CPD). Neste cenário, o exame de PET-CT/18F-FDG tem se mostrado altamente eficiente, visto que apresenta sensibilidade e especificidade de superiores a 70% para a detecção de sítios primários em pacientes metastáticos. Noij et al.23 obtiveram dados ainda mais expressivos, em que as informações quantitativas de SUVmax indicaram uma sensibilidade acima de 80% e especificidade de 93% na detecção de câncer primário de cabeça e pescoço de origem desconhecida em pacientes com metástases cervicais.

Além da identificação do tumor primário, a PETCT/ 18F-FDG tem como grande vantagem proporcionar ao médico a alteração da conduta nos procedimentos terapêuticos. Segundo Lowe et al.24, os achados de estadiamento tumoral pela PET-CT/18F-FDG alterou o plano de tratamento cirúrgico em 22% dos pacientes diagnosticados com carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço. O estadiamento tumoral pela PETCT/ 18F-FDG também contribui para a redução de cirurgias desnecessárias, como toracotomias ligadas a lesões pulmonares ou laparotomias exploratórias em pacientes diagnosticados com câncer de estômago, dentre outras.

PET-CT/18F-FDG no monitoramento de resultados terapêuticos contra o câncer

A análise da resposta terapêutica contra o câncer é fundamental para o prognóstico do paciente. No ano 2000 foi criado um guia com inúmeros critérios para avaliar a eficiência de novos tratamentos antitumorais contra tumores sólidos, chamado RECIST (do inglês: Response Evaluation Criteria in Solid Tumors), os quais utilizam parâmetros morfológicos para medir a redução tumoral e a progressão da doença. No ano de 2009, o RECIST passou por uma reformulação e, além dos métodos morfológicos de imagem já contidos neste guia, foi incluída a interpretação dos achados da PET e PET-CT associados ao 18FDG, dando origem ao termo PERCIST. A partir de então, a PETCT/ 18F-FDG tornou-se um ótimo marcador de resposta terapêutica efetiva, pois apesar de amplamente utilizados, os métodos anatômicos de imagem têm limitações significativas para o monitoramento da redução tumoral, visto que o tamanho do tumor muda de forma mais lenta em comparação ao metabolismo celular.

Por ser um método funcional embasado na metabolização do 18F-FDG dentro das células, os resultados da PET-CT/18F-FDG refletem a taxa de resposta das terapias oncológicas. Muitos quimioterápicos atuam de forma direta ou indireta inibindo o metabolismo glicolítico das células neoplásicas. Assim, em terapias efetivas contra o câncer, as células tumorais reduzem a captação de glicose e, consequentemente, a de 18F-FDG. Estas alterações no metabolismo tumoral podem ajudar em medidas terapêuticas mais adequadas e até mesmo prever recorrências tumorais.

A avaliação da captação de 18F-FDG pelo exame de PET-CT ajuda a identificar pacientes responsivos ou não a tratamentos com anticancerígenos. Em um estudo prospectivo, Zhao et al.33 utilizaram os resultados da PETCT/ 18F-FDG para avaliar a resposta de pacientes com
adenocarcinoma de pulmão à quimioradioterapia (CRT). Neste caso, os pesquisadores observaram uma resposta completa ou parcial em 57,1% dos pacientes pós-CRT quando aplicados os critérios do PERCIST, contrários a 42,9% do RECIST. A partir destes dados, a PET-CT/18FFDG pode ser uma metodologia importante para a mudança de dosagens e incorporação de reforços terapêuticos em decisões futuras. De acordo com Vlenterie et al.34, os achados de PET-CT associados ao PERCIST identificaram que 25% dos pacientes com sarcoma metastático de tecidos moles não foram responsivos ao tratamento de duas semanas com o Pazopanib, sugerindo a PET-CT/18F-FDG como um biomarcador precoce para predizer a progressão da doença.

Em contrapartida, a análise da eficiência da resposta terapêutica pelos critérios de RECIST e PERCIST pode ser discordante entre si. Em uma comparação entre estes dois critérios, Sager et al.35 mostraram que os achados metabólicos da PET-CT foram menos eficientes que os resultados morfológicos da CT e RMN em pacientes com carcinoma hepatocelular tratados com microesferas marcadas com Ítrio-90, porém, foram mais significativos para o tratamento de metástases de câncer colorretal. De forma semelhante, outros estudos mostram que, apesar de serem divergentes em alguns casos, o RECIST e PERCIST são importantes critérios para predizer a resposta do câncer a tratamentos imunoterápicos.

Embora as recomendações do RECIST e PERCIST sejam abrangentes para os mais variados tipos de cânceres, foram formulados critérios específicos para os cânceres hematológicos, como os linfomas. Estes critérios estão descritos nas diretrizes internacionais de Lugano, anteriormente chamada de Deauville, a partir da qual, a PET-CT/18F-FDG pode prever a resposta precoce aos tratamentos para linfomas e ajudar na definição da melhor estratégia terapêutica. Ainda, a persistência na captação da 18F-FDG ao final de um tratamento contra o câncer é associada à falha terapêutica e à alta probabilidade de recidiva de linfomas.

Além de sua importância na avaliação da resposta antitumoral de terapias clinicamente aprovadas, os dados de captação de 18FDG também são relevantes para o desenvolvimento de novas alternativas terapêuticas contra o câncer. Em um estudo realizado por Collantes et al.41, camundongos modelos para osteossarcoma foram tratados com adenovírus oncolíticos VCN-01 e os valores de SUVmax para 18FDG mostraram alta sensibilidade da PET no estudo da redução do crescimento tumoral após tratamento com o vírus. Em outro trabalho, realizado por Wang et al.42, a redução da captação de 18FDG em camundongos tratados com inibidor de fosfatidilinositol 3-quinase (PI3K) demonstrou a eficiência terapêutica desta substância contra metástases ósseas do câncer de pulmão.

PET-CT/18F-FDG no planejamento do tratamento de radioterapia

A radioterapia é uma poderosa ferramenta no tratamento de pacientes com câncer, sendo essencial o surgimento de modalidades de diagnóstico mais precisas que auxiliem o planejamento dos procedimentos radioterápicos.
Nos últimos anos, os avanços dos métodos de imagem tem sido decisivo para a radioterapia e a utilização da PETCT/ 18F-FDG cada vez mais frequente neste contexto. A partir dos dados morfológicos e metabólicos obtidos desta técnica é possível alterar a indicação da radioterapia, bem como a dosimetria para cada paciente.

Um dos pontos cruciais antes de realizar a radioterapia é identificar e diferenciar a área tumoral do tecido saudável adjacente. Embora a CT seja padrãoouro no delineamento tumoral, os dados obtidos por esta técnica podem não definir eficientemente os limites da lesão, motivo pelo qual se utilizam algoritmos capazes de combinar as imagens de PET com as da CT47. Neste caso, a determinação dos volumes tumorais é uma tarefa central no planejamento radioterápico, destacando-se o volume tumoral visível, o volume clínico do alvo e o volume de planejamento do alvo, cujas siglas são GTV, CTV, PTV, respectivamente (do inglês: Gross Tumor Volume, Clinical Target Volume e Planning Target Volume)46. Estes volumes podem ser mais bem delimitados por meio dos dados da captação de 18FDG pelo câncer.

Em um estudo avaliativo do impacto da PET-CT/18FFDG no planejamento radioterápico de pacientes com câncer de pulmão de não pequenas células, Zheng et al.50 demonstraram que a fusão das imagens da PET com a CT alterara o GTV em 60% dos pacientes quando comparado apenas a tomografia computadorizada. Dados semelhantes foram obtidos por Lee et al.51, em que observaram redução do GTV a partir dos dados da PET-CT/18F-FDG em seis dos dez pacientes analisados com linfoma torácico. Em outro trabalho, Yaraghi et al.52 observaram que em 40% dos pacientes com câncer de pulmão, a comparação dos valores do GTVPET-CT e GTVCT mostrou diferenças volumétricas tumorais superiores a 25%. De forma semelhante, no trabalho de Dębiec et al.53, o GTVPET-CT foi superior em 54% dos pacientes com câncer gástrico, podendo atingir um valor de aproximadamente 49,7 cm3 a mais que o GTVCT. Assim, avaliar as mudanças de GTV pode reduzir a variabilidade interobservador no planejamento radioterápico.

Ao avaliar o CTV, os trabalhos também demonstram que existem discordâncias entre os dados de tomografia isolada e a PET-CT/18F-FDG. Quando analisados os valores do CTV em pacientes com câncer de esôfago, os achados de PET-CT alteraram a demarcação do tumor no sentido crânio-caudal em 61% dos pacientes, sendo que 11% do volume de CTVPET-CT estavam fora da área demarcada pelo CTVCT. Em um estudo com pacientes portadores de tumores laringofaríngeos, Ligtenberg et al.55 observaram que os valores de CTVPET-CT e CTVCT também foram divergentes entre si, sendo o volume clínico do alvo reduzido na faixa entre 45-52% a depender da metodologia utilizada.

De acordo com o PTV é possível avaliar a distribuição de dose radioterápica planejada, sendo o PTVCT muitas vezes insuficiente para este fim. Yaraghi et al.52 utilizaram imagens da PET-CT/18F-FDG para avaliar a qualidade do planejamento radioterápico em 20 pacientes com câncer de pulmão. Conforme os dados obtidos, apenas 43% dos volumes tumorais foram corretamente delineados pelos valores de GTVCT e PTVCT. Ainda, estes pesquisadores demonstraram que em 80% dos pacientes, o planejamento radioterápico baseado apenas no PTVCT não cobre o volume de tratamento estabelecido pela PET-CT. Em um estudo semelhante, Leclerc et al.56 mostram que o volume alvo da radioterapia foi significativamente reduzido na PET-CT/18FDG comparado aquele da tomografia computadorizada em pacientes com câncer de orofaringe, resultando em diminuição da dose de radiação na parótida e cavidade bucal. Quando analisados os dados de GTVPET-CT e PTVPET-CT em pacientes com câncer de pulmão, Vojtísek et al.57 revelaram que a incorporação destes dois parâmetros reduz significativamente a exposição do esôfago, medula espinhal e coração ao tratamento radioterápico, diminuindo a probabilidade de complicações do tecido saudável.

Avanços tecnológicos da PET-CT/18F-FDG

Desde o surgimento dos sistemas híbridos de diagnóstico por imagem, várias pesquisas têm se dedicado no aprimoramento destas metodologias de Medicina Nuclear, dentre as quais se destaca a PET-CT/18F-FDG. Recentemente, Zhang et al.58 demonstraram pela primeira vez um sistema de PET-CT capaz de obter imagens de qualidade diagnóstica de corpo inteiro em cerca de 30 segundos, diferentemente dos aparelhos convencionais, cujo tempo de aquisição pode chegar a 20 minutos. Além disso, este sistema foi o pioneiro no rastreamento em tempo real da distribuição do 18F-FDG em todo o corpo, demonstrando uma aplicabilidade não apenas no estudo do câncer, mas também desordens inflamatórias e metabólicas. Esta nova tecnologia pode ser importante para a redução do o tempo de anestesia ou sedação em pacientes pediátricos, bem como para aqueles que não podem ficar parados por longos períodos.

Vários trabalhos têm como foco aumentar o desempenho da PET-CT/18F-FDG por meio do desenvolvimento de detectores de radiação mais eficientes. A partir de fotomultiplicadoras de Silício (SiPM – do inglês: Silicon photomultipliers), a tecnologia Vereos PET-CT foi capaz de fazer a contagem digital dos fótons de aniquilação, reduzindo o ruído analógico e aumentando a resolução volumétrica e sensibilidade do método. A introdução de detectores digitais baseados em SiPM nos aparelhos de PET-CT também resultou na melhora de parâmetros de diagnóstico em outros trabalhos. Em um estudo comparativo entre os sistemas de PET-CT convencionais e digitais, a tecnologia digital apresentou uma melhora de 54% na qualidade de imagem, um aumento na detecção de tumores em 26,5% dos pacientes oncológicos e uma modificação do estadiamento tumoral em 32% dos casos. Em um estudo semelhante, Van Sluis et al.62 mostraram um aumento de sensibilidade de aproximadamente 70% ao utilizar a PET-CT/18F-FDG digital. Assim, a tecnologia digital da PET-CT pode ser considerada uma evolução na imagiologia molecular.

CONCLUSÃO

A PET-CT é uma importante técnica de radiodiagnóstico para a obtenção de imagens morfofuncionais das estruturas do corpo, cuja eficiência e sensibilidade podem complementar ou superar as dos métodos de imagem convencionais. Apesar de existirem outros radiotraçadores para serem utilizados no PET-CT, o PET-CT com o 18F-FDG continua sendo a metodologia mais utilizada na Oncologia, uma vez que viabiliza a identificação de tumores e o acompanhamento da expansão da doença, o monitoramento de resultados terapêuticos contra o câncer e auxilia no melhor planejamento radioterápico. Além disso, pesquisas têm sido realizadas para aprimorar os sistemas de PET-CT, reduzindo o tempo de exame e aumentando a qualidade das imagens obtidas. A PET-CT/18F-FDG consiste em uma ferramenta relevante de diagnóstico por imagem e, portanto, deve ser amplamente difundida nos sistemas de saúde pública e privada, pois os benefícios clínicos gerados pela técnica superam o alto custo.

Declaração de conflito de interesses: Nada a declarar
Fontes de financiamento: Não há.
Participação dos autores: Dias EHV – concepção e desenho do trabalho, redação, revisão crítica e aprovação da versão final; Carvalho EB – revisão crítica e aprovação da versão final; Pereira DS – revisão crítica e aprovação da versão final.

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Eduardo Batista de Carvalho Dr Eduardo Batista
Cursando, Doutorado em Engenharia Biomédica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU); Cursando, MBA - Administração Hospitalar pela Faculdade Unimed - Uberaba MG; Mestre em Engenharia Biomédica na Universidade Federal de Uberlândia (UFU); Biomédico pela Universidade Presidente Antônio Carlos (UNIPAC). Habilitação em Análises Clínicas / Bioquímico; Título em Imagenologia pela Associação Brasileira de Biomedicina (ABBM); Curso nível técnico em Radiologia Médica; Mais de 10 anos de experiência em: exames médicos nas modalidades de Ressonância Magnética (RM); Tomografia Computadorizada (TC); Medicina Nuclear, PET/CT Scan; Raios X Convencional e Digital; Tratamentos de Iodoterapia; Operador de injetoras de Contraste e Radiofármacos; Operador Especialista em Work Station; Operador Pleno em Sala Híbrida em Centro Cirúrgico; Orientador em Radioproteção; Professor convidado do curso de Pós graduação na Universidade de Uberaba (UNIUBE), e ASGARD Cursos em Goiânia GO. Docente em faculdades, Minas e Goias.

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