Conhecido como coronavírus, o Sars-Cov-2 provoca grandes danos ao sistema respiratório e aos pulmões e em casos mais graves da Covid-19 pode levar o paciente infectado a morte. Até o momento ainda não existe tratamento para combater essa doença, mas o corpo possui mecanismos próprios para lutar contra a infecção.
O contato do vírus no corpo humano:
O vírus Sars-Cov-2 através do contato com os fluidos corporais de outras pessoas consegue entrar o corpo humano. O mais comum na transmissão desse vírus é as pequenas gotículas de saliva que vão do ser humano infectado para o ser humano sadio.
“As células do epitélio respiratório estão sempre muito expostas, a gente respira e assim o ar vai para dentro com as gotículas”, o vírus entra no corpo humano principalmente pelas vias aéreas, relato exposto pelo pneumologista do HCor Fernando Didier. Ainda acrescentou que “elas entram em contato com as células que são muito vascularizadas e esse processo inteiro pode levar á disseminação do vírus pelo corpo humano”, as gotículas se multiplicam ao entrar pela boca ou pelo nariz e logo em seguida vão parar no pulmão.
Primeiros sintomas:
O vírus geralmente entra em nosso corpo humano, por contato com as mucosas da boca e do nariz e logo em seguida ataca as células, caracterizando o primeiro sintoma da infecção do coronavírus que é a dor de garganta. Segundo o especialista em casos mais graves ocorre a inflamação pulmonar, agredindo e provocando lesões nos alvéolos pulmonares que é onde ocorrem as trocas gasosas entre o ar e o sangue (hematose).
Como o vírus entra em contato com as células?
O coronavírus tem o corpo envolvido por uma camada de proteínas e um formato que facilita muito sua ação nas células dos seres humanos. Além disso o vírus possui uma estrutura pontuda com a capacidade de conectar as células do corpo humano. A partir do momento em que a proteína S se conecta com a parede celular, o vírus consegue introduzir seu material genético e atingir as células e suas funções. O pneumologista Gustavo Prado do hospital Oswaldo Cruz, explicou como o vírus ataca as células: “uma vez dentro da célula, o vírus com seu material genético (RNA) assume toda atividade interna da célula e se comporta como uma linha de produção de novos vírus”. Com a grande quantidade de cópias o paciente infectado passa a liberar por meio da respiração o vírus.
Coronavírus no pulmão:
Com a inflamação nas mucosas, a respiração faz com que o vírus avance e passa para o pulmão, é no pulmão que ele vai se conectar com a ajuda das proteínas S. As vias aéreas dos seres humanos são muito expostas e com isso o vírus com facilidade age pelo nariz, garganta e pulmões. O pneumologista Didier, não negou a possibilidade do vírus atingir outras partes do corpo humano.
Pode ocorrer a propagação do vírus para o corpo inteiro do paciente?
Didier explica que os órgãos do sistema respiratório funcionam como uma porta de entrada para o vírus, do ambiente externo para dentro do corpo humano. Ele explica que o processo inteiro leva a propagação do vírus pelo corpo todo. Segundo o especialista, a Covid-19 se espalha pela corrente sanguínea e acaba resultando por dores musculares, lesões no coração, no fígado e uma fadiga intensa. O desenvolvimento da doença vai depender muito de como o corpo consegue reagir contra o vírus.
Didier ainda relatou que “mesmo as pessoas com uma boa imunidade podem ter o avanço agressivo do vírus, jovens e sem doenças crônicas”.
Defesa do corpo humano contra o coronavírus:
O corpo do ser humano ataca as células infectadas tentando se defender, é uma ação realizada pelas células de defesa (linfócitos T) onde produz um liquido repleto de interleucinas, proteínas de ativação do sistema imune e atuam para reparar a parte infectada.
O pneumologista Gustavo Prado explica que, o nosso sistema imunológico reage com a presença do Sars-Cov-2 e tenta combater o vírus de duas formas. Primeiro que o corpo humano pode passar a produzir proteínas antivirais e ativas as células citotóxicas, as que matam as células infectadas. Segundo que o corpo humano consegue fabricar seus próprios anticorpos e desenvolver uma reação mais afetiva e persistente.
Todo paciente reage da mesma forma ao combater o vírus?
Cada ser humano reage de maneira diferente contra à Covid-19. Em relatórios da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde foi notado que em alguns grupos e partes da população são mais vulneráveis. Os diabéticos por exemplo, tem um sistema imunológico bem comprometido e não conseguem dar o sinal de alerta da doença e em idosos, por conta da idade o seu sistema imunológico costuma ser deficiente e menos eficiente.
Em muitos casos graves a relação da síndrome respiratória causada pelo coronavírus está presente nos pacientes vulneráveis. Mas frequentemente, em estudos realizados foi notado o alto índice de pacientes com menos de 40 anos e também há índices de mortes em pacientes que não possuem comorbidade.
Existe possibilidade do coranavírus causar danos permanentes?
Em fevereiro uma revista chamada “Lancet” publicou um estudo que apontava a grande possibilidade de que as pessoas infectadas e curadas, teriam uma síndrome respiratória crônica resultada pela doença. Uma equipe médica do hospital Princesa Margaret, localizado em Hong Kong, declarou que alguns pacientes que foram curados e receberam alta tiveram dificuldade para respirar e falta de ar, mesmo sem a presença do vírus. Mas vale destacar que ainda não há dados concretos de que os danos causados pelo coronavírus após a cura vão ser permanentes.
Fonte: Fabio Manzono, G1