Cientistas brasileiros se pronunciaram nessa segunda-feira (6) sobre o coronavírus, afirmaram ter encontrado dois compostos que de fato pode combater o vírus. O ponto importante é que em testes iniciais realizados in vitro, um de seus compostos teve o resultado comparável ao da cloroquina para inibir a replicação do vírus.
O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (Cnpem) localizado em Campinas (São Paulo), são os responsáveis pelos testes. Em parceria com a Unicamp (Universidade de Campinas), eles trabalham com o objetivo de descobrir quais drogas já existentes e aprovadas para uso em humanos podem eliminar o coronavírus.
A pesquisa deu inicio com 2.000 fármacos, onde que, com uma análise computacional baseada em inteligência artificial o número foi reduzido para 16. E então os pesquisadores selecionaram cinco fármacos para os testes em in vitro. Após testes feitos por quimioinformática e inteligência artificial, foi apontado compostos que não chamaram atenção nos testes computacionais e sendo assim outro composto foi adicionado para teste.
Segundo o Cnpem, durante os primeiros testes in vitro, os cientistas notaram que dois dos componentes foi capaz de reduzir significativamente a carga viral do vírus e um dos fármacos teve o desempenho comparado com a cloroquina.
Até então, nenhum nome foi divulgado, mas é certo que são diferentes dos testados fora do Brasil. Em relato ao Tilt Daniela Trivella, coordenadora científica do Laboratório Nacional de Biociências do Cnpem, afirmou que, “revelar nomes de medicamentos que ainda estão em testes pode gerar automedicação da população, o que seria irresponsável de nossa parte. Mas são medicamentos diferentes dos que se mostraram eficazes fora do Brasil e que já estão em testes”.
Os medicamentos testados são analgésicos, anti-hipertensivos, antibióticos, diuréticos onde seguiram para os testes com células infectadas com a Covid-19. A cloroquina foi notado um controle positivo devido, estudos internacionais já realizados.
Segundo uma pesquisa realizada pelo centro de pesquisa ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação (MCTIC) dois remédios relacionados com o sucesso nos testes iniciais, se destacaram por ser bem acessível para os brasileiros. Os dois remédios possuem característica por serem economicamente acessível, já utilizados por pessoas nos diversos perfis, tolerados em geral e um deles tem sua formulação pediátrica.
É de fundamental importância relatar que os testes expostos até o momento, são testes iniciais com o vírus in vitro. Para se chegar a eficácia dos testes em seres humanos, ainda é necessário percorrer por um longo caminho, a cloroquina por exemplo ainda não tem benefícios comprovados em testes clínicos. Outro detalhe a ser estudado é em relação a dosagem para inibir a replicação do vírus.
Próximos procedimentos:
Pelas próximas duas semanas os medicamentos vão passar por novos testes in vitro e logo os testes deverão envolver alguns pacientes diagnosticados com a covid-19.
O virologista Rafael Elias do Cnpem declarou que “estamos bastante animados com os resultados destes ensaios. Contudo, ainda são resultados in vitro, ou seja, na bancada do laboratório. Agora seguiremos para avaliações complementares, ainda na bancada, mas que são fundamentais para que possamos avaliar se esses dois medicamentos poderão ser levados com segurança para estudos clínicos, testes com humanos infectados. Acreditamos que em cerca de duas semanas teremos novos resultados”.
Segundo Daniela Trivella, o Cnpem segue na luta todos os dias para encontrar os medicamentos que possuem uma grande eficácia e que possam combater à pandemia. Tudo indica que em duas semanas os testes in vitro acaba com novos resultados e novos detalhes para a realização dos testes clínicos. Os resultados iniciais foram de extrema importância e motivaram os cientistas.
Em relato Daniela Trivella declarou que “a princípio, o intuito é impedir que o quadro se agrave para que se possa evitar internações que sobrecarreguem o nosso sistema de saúde. O medicamento pode utilizado em qualquer fase da infecção e caso o infectado já esteja internado, a intenção é reduzir o tempo que ele fica hospitalizado”.
A próxima etapa dos estudos vai elaborar um plano de ensaio clínico e será realizado em parceria com a Rede Vírus que foi montada pelo MCTIC para trocas de informações e determinados estudos a respeito do coronavírus no Brasil.
Outros opções:
Em estudos internacionais foram apontados que a cloroquina tem papel importante na replicação do organismo invasor e diversas outras pesquisas já mostraram a eficácia dos remédios contra o coronavírus in vitro.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) está pegando usando os medicamentos já testados com sucesso in vitro e organizando testes clínicos para certificar a sua eficácia em humanos, medicamentos como por exemplo o remdesivir, lopinavir e emitine.
Pesquisadores australianos afirmaram na última semana que os testes in vitro com uma droga chamada invermectina, caracterizado como um antiparasitário que normalmente é usado para combater piolhos, onde que eliminaram totalmente o coronavírus das células infectadas por 48 horas, sendo que dentro de 24 horas já restava pouca quantidade de material genético do vírus. Para aliviar os hospitais, achar um remédio para eliminar a covid-19 é de extrema prioridade e importância. Os medicamentos relatados ainda estão na fase de teste para determinar a eficácia em humanos, pois a vacina só está prevista para o próximo ano.
Fonte: Tilt, São Paulo, Gabriel Francisco