De acordo com novos dados da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, registrando novamente uma queda no número de brasileiros que se declaram como fumantes ativos no ano passado—saindo de 10,1%, em 2017, para 9,3%.
Entre 2017 e 2018, registrou-se um declínio de 8,6%— a queda se mostra ainda mais significativa quando a proporção mais recente de usuários do cigarro é contrastada com a de 12 anos atrás no Brasil. No ano de 2006, a parcela fumante da população brasileira era de 15,6%.
Conclui-se, por conseguinte, que em todo esse período a queda no número de fumantes no país é superior a 40%.
“O Brasil tem uma das melhores políticas públicas antitabagistas do mundo. Em 1989, 35% dos brasileiros se declaram fumantes. Desde então, acontece essa queda”—Igor Bastos Polonio, pneumologista.
Os especialistas apontam esse resultado como consequência direta das políticas públicas no setor.
“O número de fumantes vem caindo de forma consistente nos últimos anos. Estar abaixo dos dois digítos é uma conquista de políticas públicas bem feitas. É importante a política de taxação dos cigarros. Custar caro é importante e inibe o consumo. Também temos que destacar a proibição do fumo em restaurantes e baladas”—Jaqueline Scholz, diretora do programa de tratamento do tabagismo do Incor.
Contudo, ainda há muito trabalho pela frente, existem regiões e grupos socias aonde a taxa de tabagistas é bem maior do que a média nacional. Um dos exemplos onde essa diferença é bastante intensa se dá no porcentual de homens fumantes—12,1%—o dobro do de mulheres—6,9%.
A faixa etária também é uma importante nessa distinção, pessoas acima dos 65 anos concentra a menor proporção de tabagistas—6,1%. Enquanto que indivíduos na faixa de 55 a 64 anos apresentam a maior taxa de fumantes—12,3%. A escolarização também um fator importante no número de pessoas que fazem o uso do cigarro. Brasileiros menos escolarizados consomem mais cigarros, aproximadamente 13% dos interrogados que tinham até oito anos de estudo apresentavam o hábito, enquanto que no grupo em que as pessoas estudaram por 12 anos ou mais— esse índice despenca para 6,2%.
Agora na avaliação das capitais, a pesquisa aponta Porto alegre com o maior porcentual de tabagistas do País (14,4%), seguida por São Paulo (12,5%). No outro extremo do espectro, temos São Luís e Salvador, como as capitais que apresentaram o menor número de fumantes (4,8%).
Fonte: Terra