A ascensão das novas tecnologias médicas podem aumentar a taxa de sobrevivência de pacientes vítimas de uma série de doenças; além de, a longo prazo, ajudar no entendimento da epidemiologia dos patógenos, possibilitando o desenvolvimento de programas para a cobertura global de controle de doenças.
Vacinas sem agulha, tinta antimicrobiana e drones transportando órgãos para transplante, essas inovações tecnológicas se tornam uma realidade cada vez mais próxima no campo da medicina.
Tinta antimicrobiana
Ao redor do globo, anualmente, 700 mil pessoas morrem em decorrência da resistência aos medicamentos por parte de algumas doenças como HIV, malária e tuberculose.
Aproximadamente 10% dos hospitalizados são vítimas de novos patógenos enquanto estão no período de internação— diversas vezes essa contaminação é ocasionada em decorrência do contato com equipamentos e superfícies infectadas.
Recentemente, a resistência antimicrobiana foi classificada pela OMS como uma das 10 maiores ameaças a saúde global. As nações unidas também clamou, em relatório, por uma ação imediata para evitar uma crise de superresistência.
Em resposta, a FDA (Food and Drug Administration)— agência responsável pelo controle de medicamentos e alimentos dos EUA— e diversas empresas dominantes no mercado de produção de tinta se reuniram para o desenvolvimento de diversos revestimentos antimicrobianos que seriam aplicados em materias e equipamentos hospitalares.
Aditivos antibacterianos são adicionados à tinta ou verniz durante sua fabricação; o produto então é aplicado nas superfícies que, após secar, se tornam resistentes a atividade microbiana, mofo e fungos.
Entretanto, os mesmos compostos presentes nos antibacterianos— tais como desinfetantes e géis higienizadores de mão— utilizados na manutenção e limpeza dos hospitais e equipamentos médicos, são fatores que provocam as cepas antibacterianas (resistência a antibióticos) através da seleção dessas bactérias.
A BioCote é o fornecedor da tecnologia antimicrobiana que produz essas tintas para a venda comercial, essa é uma forma promissora para o combate das “superbactérias”— bactérias resistentes aos medicamentos e responsáveis por infecções hospitalares, atacando pacientes com imunidade fragilizada.
Os antibióticos, criados no início do século 20, funcionaram em prol da humanidade salvando incontáveis vidas, sendo responsáveis também por erradicar doenças bacterianas; porém é nescessário realizar que assim como o uso excessivo e irresponsável dessas drogas foi a causa da perda de sua eficácia, a tinta antimicrobiana não é uma ferramenta invencível.
Com a cautela nescessária e desde que não seja utilizada como único método, a tinta antibacteriana pode ser incluida à lista de procedimentos no combate a doenças pelos hospitais.
Insulina sem dor
O uso de injeção, ainda é o único meio de administração de alguns medicamentos, sua aplicação é dolorosa para os pacientes e dificultam o trabalho dos profissionais da saúde— além desses detalhes, a ausência de agulhas hipodérmicas esterilizadas em algumas regiões podem conduzir a infecções.
Observando esse cenário, pesquisadores do Instituto Koch de Pesquisa Integrada sobre o Câncer, do Institituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, sigla em inglês), e do Brigham and Women’s Hospital, associado com a Universidade Harvard, nos EUA, produziram uma pílula de insulina
A cápsula, uma vez ingerida, libera um dardo de insulina, acionado através de uma mola, que aplica o hormônio diretamente na parede do estômago. Assim, a insulina é transportada pelos obstáculos do sistema digestivo sendo absorvida posteriormente pela corrente sanguínea.
Em uma publicação pela revista Science, os pesquisadores apontam que a cápsula foi inspirada na capacidade de auto-orientação da tartaruga leopardo sendo criada nos moldes do casco da criatura.
O aplicador de insulina sabe, portanto, como se posicionar de forma que sua agulha microscópica atinja diretamente o tecido estomacal, sem perfurar nenhum órgão ao longo do caminho.
Portadores de diabetes tipo 1— sendo autoimune, a doença ocasiona em insuficiência na produção do hormônio realizada pelo pâncres— são submetidos diariamente a injeções de insulina, que é tem ação no controle da concentração de glicose no sangue. Agora, talvez esses pacientes tenham a capacidade de administrar sua condição através desta inovação.
Conexão pública gratuita
A comunicação digital pode ser de grande valia durante uma crise de saúde pública, e uma falha nessa ocasião pode desatar em consequências terríveis— fichas de pacientes incorretas, erros médicos, doses de medicamentos perdidas, informações incompletas sobre os surtos e tomadas de decisão infelizes.
No continente africano, cerca de 1,1 bilhão de habitantes dependem primariamente da internet móvel, onde a conectividade é ruim de maneira significativa; essa situação se agrava pelo fato de que os usuários normalmente procuram acessar conteúdos em servidores localizados nos Estados Unidos ou na Europa.
Nesse cenário a solução veio através da ação de uma empresa, a BRCK, que foi responsável pela criação de uma rede pública de Wi-fi totalmente gratuita. A rede foi desenvolvida para atender áreas carentes de acesso à internet.
A rede de servidores Moja, possui um grande impacto no gerenciamento de doenças: usuários em regiões remotas são capazes de compartilhas informações em tempo real, facilitando a comunicação entre hospitais, pacientes e profissionais. Além de hospedar conteúdos como Facebook, Youtube e Netflix.
Essa Rede de Distribuição de Conteúdo (CDN) substitui completamente os dados móveis, ela possibilita a navegação na internet e nas redes sociais sem custo adicional, afinal qualquer um dentro do alcance deste sinal pode acessar gratuitamente a rede.
O hardware da BRCK foi projetado considerando os desafios climáticos e ambientais: utilizando roteadores de alumínio resistentes e à prova d’água, com diversas portas de energia, isso garante o funcionamento dos aplicativos sem problema mesmo em condições não favoráveis.
Âncoras criptografadas contra remédios falsos
A corrupção corporativa, falsificação dos eletrônicos e outras fraudes permeiam quase 100% dos setores, incluindo o sistema de saúde. Em certos países, quase 70% de alguns medicamentos são falsificados. Esse cenário gera um prejuízo de mais de 3 trilhões de libras por ano (aproximadamente R$ 15,5 trilhões) à economia global.
A complexa cadeia de suprimentos, composta por dezenas de fornecedores de diversas nações, dificulta a garantia da autencidade dos medicamentos que está a altura de outros desafios como monitorar contas bancárias ou produtos eletrônicos.