O Diretor da Clínica de Medicina do Exercício (empresa que presta serviços na área), Claudio Gil Araújo, realizou uma pesquisa que teve como alvo a potência muscular e sua relação com aumento de longevidade.
Realizado com 4 mil homens e mulheres o estudo foi apresentado no congresso EuroPrevent 2019 em portugal, evento oferecido pela Sociedade de Cardiologia Europeia ainda neste mês.
De 2001 a 2016, os cientistas fizeram o acompanhamento de 3.878 homens e mulheres não atletas com idades entre 41 e 85 anos. Em primeira instância, os individuos fizeram séries de exercícios baseadas em levantamento de pesos em duas ou três tentativas, com aumento de carga entre elas.
A potência muscular máxima dessas pessoas foi calculada registrando-se o maior valor alcançado e mensurando o esforço realizado por quilo de peso corporal.
Diviram-se então os participantes de acordo com sua potência muscular em quatro grupos, daqueles com menor potência— no primeiro grupo— até aqueles com maior no último grupo. Os indivíduos também passaram por uma análisie particular, embasada no seu gênero.
A equipe então acompanhou cada um dos participantes, em média por 6 anos e meio, e chegaram a conclusão de que aqueles que, segundo seu gênero, apresentavam potência muscular acima da média tendiam a viver mais. Durante esse período de avaliação 247 dos homens e 75 das mulheres envolvidos na pesquisa, morreram.
A taxa de sobrevivência ainda aponta que, os membros do primeiro grupo apresentavam risco de morte entre 10 e 13 vezes maior do que os dos terceiro e quarto grupos.
“Em uma idade avançada, levantar-se de uma cadeira e chutar uma bola depende mais da potência muscular que da força muscular. No entanto, a maioria dos exercícios com pesos se concentra neste segundo aspecto”—Declaração de Araújo em publicação na Medical News Today. Ele também esclarece que enquanto muitos estudos se focam nos benefícios causados pelo aumento da força muscular na longevidade humana, o seu estudo é o primeiro focado especificamente na potência muscular.
Enquanto a primeira se define em capacidade de realizar um esforço bruto, a potência muscular consiste na capacidade de realizar atividades que são uma combinação entre esforço com velocidade e coordenação.
Portanto, Araújo recomenda que os exercícios que utilizam pesos sejam mais focados no desenvolvimento de potência ao invés da força muscular.
Algumas dicas que podem melhorar sua potência muscular:
—Primeiro, é importante consultar um médico ou um especialista antes de iniciar qualquer rotina de exercícios.
—A seleção de pesos que não sejam tão leves a ponto de facilitar ou dificultar, no caso de pesos muito pesados, demais o exercício.
—Realizar de uma a três séries de levantamentos com 6 a 8 repetições cada.
—Levantar o peso o mais rápido que conseguir, e lentamente devolvê-lo para sua posição original. Descansando entre as séries.
—Também é crucial exercitar tanto parte inferior quanto superior do corpo, alternando entre elas para evitar exaustão.
—Se os pesos começarem a ficar muito pesados, ou o exercício se tornar muito difícil, reduza as repetições para evitar lesionamento.
“Para melhores resultados no treinamento de potência, é importante ir além dos treinamentos de força muscular comuns e adicionar velocidade nos levantamentos.”—Prof. Claudio Gil Araújo.
Fontes:BBC e Medical News Today