Segundo a Organização Mundial da Saúde , 10% da população mundial , adquire alguma patologia relacionada a contaminação dos alimentos, que vai desde pequenas infecções gastrointestinais à septicemias severas.
Um novo biossensor desenvolvido pela equipe do físico Osvaldo Novais de Oliveira Junior, do Instituto de Física da USP de São Carlos, no Brasil, que usa moléculas extraídas do veneno de abelhas e nanopartículas magnéticas,consegue detectar contaminação em comidas e bebidas de ágil e eficiente.
A Salmonella spp., Escherichia coli e Staphylococcus aureus , são causas de mais de 420 mil mortes de pessoas por ano sendo crianças e idosos por terem seu sistema imunológico fora do auge, as principais vítimas.
As mortes por essas doenças chegam a 420 mil anualmente, sendo crianças menores de cinco anos um terço das vítimas fatais. A maioria dessas enfermidades é causada por bactérias como Salmonella spp., Escherichia coli e Staphylococcus aureus.
Detectar essas doenças transmitidas por alimentos no início é um dos principais problemas para se evitar grandes surtos e óbitos causados pelas DTAs, portanto o biossensor pode ter papel relevante nas políticas públicas.
Exames microbiológicos (culturas), demoram até 72 horas para identificação destas bactérias, e outras metodologias como PCR(Polymerase Chain Reaction) e ELISA (Enzyme Linked Immunosorbent Assay), requerem aparelhos e treinamentos sofisticados para a liberação do laudo, em contraponto com a simplicidade do método por biossensor.
Segundo os pesquisadores, sensor contém eletrodos de prata, depositados sobre filmes de um plástico, o poli (tereftalato de etileno) – ou PET .
Por serigrafia, a tinta do metal é espalhada sobre o polímero usando uma máquina produzida no Brasil com uma tela de poliéster, o que possibilita a produção de grandes quantidades a baixo custo, em contraponto a algumas testas pesquisadas que usa por exemplo o grafeno.
A amostra é pré-concentrada para potencializar a detecção de pequenas concentrações de micro-organismos. As nanopartículas magnéticas produzidas em laboratório pelos pesquisadores são recobertas com melitina, a substância extraída do veneno do ferrão da abelha, que tem afinidade com as bactérias.
Ao entrar em contato com a amostra do material a ser analisado as bactérias presentes se dirigem a elas devido à presença da melitina.
Em torno de 20 minutos , essas nanopartículas magnéticas, com os micro-organismos aderidos, são atraídas com um ímã. É este material com bactérias pré-concentradas que é usada para a detecção, caso de alimentos sólidos, faz-se uma diluição.
A amostra então é colocada sobre os eletrodos, que fazem a medição por impedância elétrica (resistência de um circuito elétrico à passagem de corrente quando se aplica uma tensão), causando variação na impedância , essa variação mostra a presença das bactérias.
Além da agilidade,siimplicidade e eficiência o baixo custo também é fator decisivo no sucesso do método saindo em torno de (cerca de R$ 0,30 cada), sendo feita em larga escala. Os testes com o biossensor foram feitos a principio em três espécies de bactérias: Salmonella thyphi, Escherichia coli e Staphylococcus aureus. A primeira pode ser encontrada em alimentos como ovos e aves e causar febre tifoide . A segunda, por sua vez, é bastante comum no intestino dos humanos e no de alguns animais. Mas existem cepas patógenas (que causam doenças) relacionadas a diferentes tipos de problemas, incluindo infeções gastrointestinais, urinárias e até meningite.
Por fim, a Staphylococcus aureus é encontrada em diferentes ambientes e pode causar doenças como conjuntivite, meningite e pneumonia. São bactérias bastante presentes em nosso meio e podem ter cepas com extremamente virulentas e resistentes. Além disso, o biossensor pode vir a ser uma eficiente arma no controle das infecções hospitalares , contribuindo para rebaixamento do tempo de períodos de internações, sequelas e óbitos em ambientes hospitalares.
Fonte: UOL