Sabe-se hoje que o aumento de fatores de coagulação se relaciona com a ocorrência de doenças cardiovasculares.
O estudo Caerphilly, realizado na Queen’s University em Belfast, Irlanda, demonstrou anteriormente que as taxas no organismo de diversos fatores relacionados com a coagulação do sangue (entre eles o fator de von Willebrand, fibrina D-dimer, fibrinogênio, o antígeno ativador do plasminogênio plasmático – tPA, a viscosidade plasmática e as células brancas de defesa -leucócitos), se encontram associados com doenças cardíacas isquêmicas em homens com idades entre 49 e 65 anos, pela formação de coágulos que levam à obstrução das artérias.
Em novo estudo adicional, os mesmos pesquisadores, liderados pelo Dr. John W. G. Yarnell, relatam a associação dos principais fatores relacionados com os hábitos de vida e com os níveis plasmáticos desses novos fatores preditores das doenças cardíacas (descritos acima). O estudo foi publicado no número de janeiro da revista Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology: Journal of the American Heart Association.
Os cientistas examinaram 2.188 homens de uma pequena cidade em South Wales, Reino Unido, que se encontravam entre as idades acima mencionadas.
Os pesquisadores descobriram que homens que fumavam, usavam bebidas alcoólicas, não realizavam atividade física, não usavam medicamentos prescritos, e que eram obesos, apresentavam níveis circulatórios mais elevados dos componentes sangüíneos relacionados à formação de coágulos. Estes níveis mais elevados se encontram podem ocasionar tanto ataques cardíacos como acidentes vasculares cerebrais.
Para realizar a sua análise, os pesquisadores procuraram relacionar individualmente cada item do modo de vida com cada um dos fatores associados à formação de coágulos.
Descobriu-se, por exemplo, que a realização de exercícios físicos diminuía 2 fatores pró-coagulantes: fibrina D-dimer e o fator de von Willebrand. Mas a obesidade associava-se a níveis de 30 a 50% mais elevados de dois outros fatores coagulantes: o antigenos tissular do plasminogênio e o ativador do plasminogênio.
Hábitos tão simples como a existência de horas de lazer contribuíram para a diminuição dos fatores coagulantes; a maioria das variáveis relacionadas com a coagulação aumentou com a idade e com o fato do paciente fumar.
Os autores concluem que modificações no modo de vida podem reduzir o risco de doenças cardiovasculares relacionadas aos coágulos sangüíneos, pela alteração nos fatores de coagulação do sangue. Novos estudos com maior número de pessoas podem ser necessários para confirmar esta hipótese.
Fonte:Boa Saúde/Fonte: Arteriosclerosis, Thrombosis, and Vascular Biology.2000;20:271.Copyright © 2000 eHealth Latin America