Procedimento não invasivo aponta biomarcadores e abre caminhos para um tratamento personalizado mais efetivo.
Acompanhar a evolução do câncer em tempo real é apenas uma das vantagens da biópsia líquida. “O método nos permite atualizar a terapêutica periodicamente, já que sinaliza mutações tumorais relacionadas com a resposta ao tratamento”, diz o oncologista clínico Celso Abdon de Mello, do A.C.Camargo Cancer Center, centro de referência do método no país.
Para realizar o exame, é preciso uma amostra de sangue do paciente. Entram em cena, então, tecnologia de ponta e o olhar de especialistas que analisam o material desprendido do tumor, presente na corrente sanguínea. “Pode ser a própria célula, o DNA livre ou ainda vesículas do tumor”, explica a farmacêutica bioquímica Ludmilla T. Domingos Chinen, pesquisadora no A.C.Camargo Cancer Center.
A leitura de tais componentes traz informações sobre o perfil genético do tumor e flagra biomarcadores, proteínas específicas capazes de apontar ao expert qual o melhor tratamento e também apoiar na identificação de recidiva e metástase.
No Brasil, a biópsia líquida é voltada ao monitoramento da doença, especialmente em tumores de pulmão. Já nos Estados Unidos, foi aprovada para acompanhamento em câncer de mama, colorretal e próstata. Mas a expectativa é que em breve seja uma arma no diagnóstico primário do câncer.